Pesquisadoras da UFMG convidam voluntários para estudo que vai relacionar diabetes tipo 2, atividade física e cognição

Iniciativa visa investigar, sobretudo, se e como os horários do dia determinam a influência do exercício no quadro cognitivo do paciente

Homens e mulheres acima dos 30 anos de idade com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) estão sendo convidados a participar de projeto da UFMG que vai investigar os efeitos dos exercícios físicos no combate ao declínio cognitivo. Pesquisadoras do Laboratório de Fisiologia do Exercício (Lafise) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) e do Laboratório de Endocrinologia e Metabolismo do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) pretendem avaliar como os exercícios podem ajudar a controlar o diabetes e suas complicações.

Para o andamento da pesquisa, é necessário o número mínimo de 30 voluntários. O estabelecimento de limite mínimo de idade se deve ao fato de que a DM2 é bem mais recorrente a partir dos 30 anos, embora sua incidência seja mais comum em pessoas abaixo dessa idade.

O projeto Cronoex: cronobiologia, exercício e cognição – horário do dia e prática de exercício físico sobre a cognição em pessoas com diabetes do tipo 2 tem como orientadora a professora Danusa Dias Soares, do Departamento de Educação Física, como coorientadora a professora Maristela de Oliveira Poletini, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, e participação da doutoranda Camila Berbert Gomes, pesquisadora no projeto.

Do declínio leve ao Alzheimer

De 90% a 95% dos casos de diabetes no mundo são de diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A doença ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina, e ela deixa de exercer seu papel no organismo. O desenvolvimento da DM2 está associado a fatores comportamentais relacionados à obesidade, à inatividade física e aos distúrbios circadianos, como os do sono e aqueles relacionados ao trabalho por turnos. Essa condição causa prejuízos metabólicos, bem mais conhecidos, mas pode, em longo prazo, acarretar também disfunções cognitivas, demências e até mesmo aumentar a chance de desenvolver doença de Alzheimer. As pessoas têm, a princípio, alterações leves; se não se tratam devidamente, a condição evolui.

O exercício físico tem sido recomendado como uma estratégia não farmacológica para o controle da DM2 e suas complicações, como o declínio cognitivo. Estudos recentes notaram que o horário do dia em que a pessoa se exercita pode influenciar nos efeitos da atividade sobre o metabolismo de glicose de indivíduos com DM2, mas pouco se sabe sobre os impactos do exercício físico na cognição.

O objetivo do estudo é verificar a influência do horário do dia sobre os efeitos do exercício físico nas respostas cognitivas, metabólicas, hemodinâmicas e circadianas em pessoas com DM2. Os voluntários passarão por sete encontros. Nos três primeiros, serão avaliadas suas capacidades física e cognitiva. Nos quatro encontros restantes, eles participarão de sessões experimentais, nas quais farão exercício aeróbico ou repouso, no período da manhã e da tarde. Antes e depois de cada sessão serão colhidas amostras sanguíneas para análise de variáveis bioquímicas (fatores neurotróficos, citocinas pró e anti-inflamatórias), avaliação cognitiva e da oxigenação cerebral. Durante todo o período da pesquisa, a glicemia será medida por dispositivo de medida contínua de glicose sanguínea, o que possibilitará avaliar qual o melhor período do dia para fazer exercício físico, a fim de otimizar a capacidade cognitiva em sujeitos com DM2.

Os candidatos a participarem da pesquisa devem escrever para o e-mail camilaberbertg@gmail.com.

Evento em novembro

O dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes. A data servirá de motivação para a realização, no dia 16 do mesmo mês, de um evento no campus Pampulha em que pessoas com DM2 receberão orientações acerca da relação entre a doença, a cognição e o exercício físico e terão acesso gratuito a testes físicos e cognitivos.

Nesse dia, em um primeiro momento, uma pesquisadora fará palestra sobre o tema, e depois serão avaliadas, por profissionais, pressão arterial, frequência cardíaca, glicemia, força de membros inferiores e superiores e capacidade cognitiva. Os participantes que se interessarem serão convidados a participar do projeto Cronoex.

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Assessoria de Imprensa UFMG

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