UFMG recebe o poeta e artista visual João Bandeira para evento de lançamento de seu novo livro
Com entrada livre, evento será na próxima segunda-feira, dia 25, e terá bate-papo e leituras com a participação do autor
A Faculdade de Letras (Fale) da UFMG receberá o poeta e artista visual João Bandeira para o lançamento de seu novo livro E Depois Também, publicado pelo Círculo de Poemas/Fósforo.O evento, que será realizado na próxima segunda-feira, 25 de novembro, às 10h, no Auditório Graciela Ravetti (1007), contará também com uma roda de bate-papo e leituras com a participação do autor e dos professores Gustavo Silveira Ribeiro (Fale) e Carolina Anglada, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). A entrada é livre e gratuita.
Sobre o livro
Com poemas escritos pelo poeta e artista visual João Bandeira nos últimos anos, E depois também pode ser lido com um álbum de paisagens. Logo na abertura, os leitores se deparam com a paisagem formada pelas lombadas de livros, em que o poeta paulistano — emparedado pela pandemia — vislumbra um poema escrito a muitas mãos que pode ajudar a abrir horizontes. Na página seguinte, é ainda a partir desse estranho isolamento que ele nos fala: uma multidão vem à soleira de sua casa, mas nada nem ninguém desfaz (nosso) sufoco.
Há também paisagens que se entrelaçam na memória. Por elas passam os carros antigos da família, “vindos de tão longe,/ buzinando em coro uníssono na lembrança”. Há também a paisagem terrível das “laives” presidenciais de outrora. E a história tensionada nos degraus da Bela Vista. E seguem-se morros, sertões, serras, mares, praias, rios, como se o sol subisse e mostrasse, a cada página, que o mundo é maior. E essas paisagens vão se enchendo de gente e bichos: há um beija-flor (que, zás!, escapa do poema), bem-te-vis, cachorros, e há os muitos amigos, os amores, as pessoas todas que vão compondo esse retrato vivo que se desdobra entre recordação e revelação.
Ao lado da beleza dos retratos e panoramas reunidos em E depois também, esse álbum de paisagens impressiona e cativa também porque João Bandeira consegue nos conduzir por “labirintos de linguagem” (para usar a precisa imagem que José Miguel Wisnik flagrou no livro anterior do poeta) construídos com olhos e ouvidos dos mais atentos e agudos.
Sobre o autor
João Bandeira é poeta, artista visual e escreve ensaios sobre arte, literatura e música. Autor de Princípio da poesia (1991), Rente (1997) e Quem quando queira (2015), entre outros, tem poemas publicados em Antologia comentada da poesia brasileira do século 21 (organização de Manuelda Costa Pinto, 2006) e Alguna poesía brasileña (organização de Rodolfo Matae Regina Crespo, 2009).