Sérgio Pererê mergulha na ancestralidade africana na estreia do projeto ‘Conversas de terreiro’
Performance do artista Sérgio Pererê inaugura no sábado, dia 24 de maio, a partir das 17h, o projeto Conversas de terreiro, do Espaço do Conhecimento UFMG. Trata-se de uma temporada vinculada à iniciativa Multiverso dedicada à arte negra, que reunirá, a cada mês, artistas negros e negras que expressam seus talentos por meio da música, da dança e da oralidade.
As performances convidam o público a vivenciar formas de conhecimento afrocentradas e plurais, que ultrapassam as fronteiras entre arte e ciência. O projeto, um bate-papo sonoro, visual e performático com artistas que trabalham a arte negra na Região Metropolitana de Belo Horizonte, inspira-se nos terreiros, giras, quebradas, praças e na inteligência ancestral africana.
Em uma composição autoral que une canto, flauta, charango e mbira, Pererê compartilhará suas experiências e vivências em viagens à África, conduzindo o público em um mergulho sensível e coletivo na ancestralidade africana.
“A música, a dança, o canto, a performance e a experiência artística têm papel fundamental na produção e na circulação do conhecimento afrodiaspórico porque a gente não produz apenas uma obra estética. A gente produz também um ‘pensar-agir’, a partir do corpo, da ancestralidade e do território, que é proveniente de uma racionalidade e de um processo de elaboração do saber. O nosso objetivo é romper essa dimensão ainda presa no pensamento dicotômico: a arte de um lado e a ciência de outro. Nos terreiros, nas aldeias, nos quilombos, ambos estão em um atravessamento constante que promove até mesmo a cura”, explica Gil Amâncio, professor do curso de Teatro da UFMG, artista e coordenador do ciclo de apresentações inédito.
Sobre o artista
Mineiro de Belo Horizonte, o cantor, compositor e multi-instrumentista Sérgio Pererê carrega uma forte influência das raízes africanas. Transitando por variados estilos sem perder seus traços característicos, gravou mais de 15 álbuns e levou sua arte a diversos países, conectando a potência ancestral com a música.
