Exposição 'Alegrar a terra' exibe resultados de projeto de revitalização de terras indígenas
Até 10 de agosto, o Espaço do Conhecimento UFMG abriga a exposição Hãmhitupmã: alegrar a terra, que apresenta resultados do projeto Hãmhi Terra Viva, realizado com o povo Tikmũ’ũn-Maxakali. A mostra faz uso de fotografias, cantos tradicionais dos espíritos yãmĩyxop e textos para contextualizar as ações realizadas pela iniciativa, que já proporcionou a restauração de 156 hectares de áreas degradadas e a implantação de 60 hectares de quintais agroflorestais.
A instalação localizada no hall do quinto andar do museu – anteriormente exibida no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) – visa fortalecer reflexões sobre a recuperação de terras indígenas. Em meio à resistência e luta contra os projetos de devastação de seus territórios, a mostra revela experiência de reconexão com a terra, a Mata Atlântica e a vida comum.
Sobre o povo
Os Tikmũ’ũn, também conhecidos como Maxakali, é um povo indígena originário de uma região compreendida entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Nos anos 1940, beiraram a extinção e foram forçados a deixar suas terras ancestrais para sobreviver. Tendo o canto como ponto fundamental em sua sociedade, vivem na língua que ainda praticam e defendem vigorosamente.
“Os cantos organizam a vida nas aldeias, constituindo quase um índice de todos os elementos que estão presentes em seu cotidiano – plantas, animais, lugares, objetos, saberes – e envolvendo sua rica cosmologia. Grande parte desses cantos, muitas vezes destinados à cura, é executada coletivamente”, aponta texto do site da 34ª Bienal de São Paulo. O cantar, portanto, está integralmente presente na vivência do povo Tikmũ’ũn, “porque é através do canto que se preservam as memórias e se constitui a comunidade”, completa o texto.
Sobre a iniciativa
O projeto Hãmhi Terra Viva, realizado pelo Instituto Opaoká e viabilizado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com apoio do Núcleo Semente. Iniciado em junho de 2023, tem como principal objetivo “formar agentes agroflorestais Tikmũ’ũn responsáveis pela implementação e manejo de quintais agroflorestais e a recomposição florestal, aliando conhecimentos tradicionais aos princípios da agroecologia na recuperação ambiental de suas terras e reconquista da soberania alimentar”, como destaca o site da iniciativa.
(Com Fernando Silva | Espaço do Conhecimento UFMG)
