O projeto Conversas de terreiro, do Espaço do Conhecimento UFMG, recebe neste sábado, dia 5, às 17h, o ativista Luan Manzo. Com apenas 11 anos, Luan, que mora no Quilombo Manzo e frequenta terreiros de Candomblé desde os seus primeiros dias de vida, se projeta como uma liderança no combate ao preconceito.

Durante o encontro, o jovem vai compartilhar as vivências como criança negra, abordando a ancestralidade, religiosidade e educação nos terreiros, além de explicar como conecta essas experiências com as tecnologias do audiovisual na criação de narrativas. Manzo alfabetizou-se precocemente e logo se interessou por leituras relacionadas aos orixás e às religiões de matriz africana. Em 2020, aos seis anos, ele dirigiu seu primeiro curta-metragem e, em 2023, foi protagonista do documentário Pequeno dicionário de Erê.

Em uma conversa sensível e afetiva, ele convida o público a pensar sobre o respeito às tradições, à valorização das culturas de matriz africana e ao enfrentamento à intolerância religiosa. O bate-papo será mediado por Gil Amâncio, professor do curso de Teatro da UFMG, músico e coordenador da iniciativa.

Protagonismo negro
A série Conversas de terreiro se propõe a pensar o mundo e relacionar vivências com os modos africanos e afrodiaspóricos de fazer arte. Inspirado nos terreiros, nas giras, quebradas, praças e na inteligência ancestral africana, o projeto promove a interseção entre arte e ciência, superando dicotomias e afirmando que pensar também é dançar, rimar, tocar e respirar junto.

O evento, gratuito e aberto ao público, integra o projeto Multiverso, da Pró-reitoria de Cultura da UFMG (Procult). A iniciativa é realizada desde 2017 e conecta-se, nesta edição, com a tradição e potência da arte afrodiaspórica. As apresentações integram o Circuito Cultural UFMG, organizado pela Procult, em parceria com os museus e espaços de cultura da Universidade.