Educação na Praça: roda de conversa trata de recepção de quadrinhos afrocentrados no mercado editorial brasileiro
O Educação na Praça, projeto de formação de educadores do Espaço do Conhecimento UFMG, promove neste sábado, 23 de novembro, a partir das 14h, a roda de conversa Quadrinhos africanos e afrocentrados no Brasil: entre possibilidades pedagógicas e interesses de mercado. O assunto será a recepção dos quadrinhos africanos no mercado editorial brasileiro e sua resistência em relação à recepção de obras afrocentradas. O evento é gratuito e acessível em Libras.
O encontro é direcionado a estudantes de licenciatura, professores da rede de educação básica, educadores de museus e demais interessados. São ofertadas 40 vagas, que serão preenchidas mediante inscrição em formulário específico. A participação valerá certificado.
Antropologia visual dos quadrinhos e estudos africanos
Quadrinhos elaborados fora do eixo industrial do mercado editorial (Japão, EUA, França e Bélgica) chegam de maneira escassa ao Brasil, sobretudo aqueles produzidos em contextos africanos. No entanto, em 2021 e 2022, uma sequência inédita de títulos chegou ao mercado editorial brasileiro, entre eles Djeliya (Senegal), O pesadelo de Obi (Guiné Equatorial) e Ligeiro amargor: uma história do chá (Costa do Marfim). O movimento foi apoiado por iniciativas acadêmicas do historiador Márcio dos Santos Rodrigues, doutorando na Universidade Federal do Pará (UFPA), e do professor Daniel de Jesus Figueiredo, da UFMG.
A conversa propõe reflexão sobre a luta antirracista, o protagonismo de pessoas negras e a resistência que marca os quadrinhos afrocentrados. No contexto do mercado editorial nacional, artistas como Marília Marz, Ana Cardoso, Johnatan “Johncito” Marques, Daiandreson (Dradra) e Marcelo D'Salete se dedicam às narrativas afro-brasileiras por meio da arte sequencial de imagens e palavras.
A ideia é também que a discussão ajude a traçar novas estratégias pedagógicas em sala de aula, com a proposta de propiciar oferta maior dessas obras pelo mercado de quadrinhos nacional e utilizá-las a fim de combater o racismo e o preconceito contra o continente africano.
A roda de conversa, que conecta a antropologia visual dos quadrinhos aos estudos africanos, será mediada por Daniel de Jesus Figueiredo, antropólogo e professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG. Figueiredo atua na área de antropologia da imagem e pesquisa a produção gráfica em distintos contextos africanos e a recepção de quadrinhos africanos no mercado editorial brasileiro.