O Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) está selecionando extensionistas para atuar no projeto Benefícios do gerenciamento de sangue para a população do vetor norte de Belo Horizonte – aplicação do método PBM no Hospital Risoleta Tolentino Neves. Em sua segunda edição, a iniciativa visa à implementação do Patient Blood Management (PBM). uma abordagem multidisciplinar focada no paciente, com vistas a aperfeiçoar o manejo da transfusão de hemocomponentes. O projeto é realizado por meio de parceria entre a Agência Transfusional do hospital e a UFMG, com o amparo da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep).

São ofertadas oito vagas, seis delas para voluntários e duas com bolsa no valor de R$ 700 (uma destinada pelos critérios das ações afirmativas e outra por ampla concorrência). Poderão se inscrever estudantes dos cursos de Biomedicina, Enfermagem e Farmácia, do quarto ao sétimo período, e alunos de Medicina, do quarto ao oitavo período, desde que estejam regularmente matriculados. As inscrições podem ser realizadas até as 18h do dia 20 de junho, por meio de formulário eletrônico. Os documentos solicitados – descritos no item 4 do edital de seleção – devem ser anexados ao formulário de inscrição em formato PDF.

O processo seletivo será feito em duas etapas. A primeira consiste em uma prova presencial com dez questões objetivas (múltipla escolha) e será realizada no dia 24 de junho, às 19h30, na sala 463 da Faculdade de Medicina, no campus Saúde. Os 24 candidatos mais bem classificados serão convocados para entrevista online, a ser realizada entre 27 de junho e 1º de julho. O resultado será divulgado no dia 4 de julho no site do Hospital Risoleta Neves e na página do Cenex da Medicina.

Atribuições do cargo
Os selecionados deverão cumprir carga horária de 20 horas semanais, das quais oito horas deverão ser alocadas em estudos individuais e atividades de planejamento, feitos em cronograma flexível. As atividades serão realizadas integralmente no Hospital Risoleta Neves, o segundo maior campo de atuação dos cursos de saúde da UFMG.

Os extensionistas serão designados para atuar, sob supervisão, em atividades assistenciais e de vigilância, que envolvem coletas de dados “in loco” e em prontuários para o preenchimento das fichas padronizadas do protocolo PBM, auxílio na orientação da adequação da indicação clínica e laboratorial, na busca ativa das hemotransfusões e na avaliação do percentual de solicitações com indicação clínica e laboratorial que justifiquem a transfusão.

Os estudantes participarão de reuniões periódicas conjuntas entre o Comitê Transfusional do HRTN e o grupo de trabalho do Projeto PBM e de discussões sobre protocolos e casos clínicos. A partir dos conhecimentos adquiridos, os alunos estarão capacitados a construir e realizar atividades de educação e orientação junto aos trabalhadores e profissionais de saúde do HRTN, bem como usuários do hospital e da comunidade externa. Outras informações podem ser solicitadas por meio do e-mail pbm@hrtn.fundep.ufmg.br.

Novas práticas de hemotransfusão
A hemotransfusão é um dos tratamentos mais utilizados em pacientes internados, mas o manejo da transfusão de hemocomponentes não é isento de riscos, o que pode ser aperfeiçoado pelo gerenciamento de sangue, o PBM. Segundo especialistas da The International Foundation for Patient Blood Management (IFPBM) e de organizações associadas, trata-se de “uma abordagem centrada no paciente, sistemática e baseada em evidências para melhorar os resultados gerenciando e preservando o sangue do próprio indivíduo, ao mesmo tempo que promove segurança e capacitação do paciente.”

Atenta à recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Minas Gerais, em parceria com a Hemominas, lançou, em 2022, uma nova Política de Hemoterapia, que propôs a implementação do PBM em todo o estado. Para subsidiar a implantação das políticas de hemoterapia no HRTN, que aderiu ao programa em 2023, o projeto de extensão faz a vigilância desses processos de tratamento, gerando informações para um banco de dados. Coordenado pelo professor Rafael Calvão Barbuto, o projeto também promove ações sociais e educativas de informação e estímulo à doação de sangue e propicia a produção de conhecimento científico e sua divulgação para o público interno e externo.