13º Festival de Verão da UFMG abre inscrições para oficinas nesta sexta-feira, 11 de janeiro
Atividades que envolvem dança, quadrinhos, arte com retroprojetor, teatro negro e cuidados com o corpo da mulher serão oferecidas a preços popula
Com o tema Desaplanando Horizontes e a partir do estímulo de múltiplos pontos de vista e vivências, o 13º Festival de Verão da UFMG acontece de 11 a 14 de fevereiro no Centro Cultural UFMG, no Espaço do Conhecimento da UFMG e no Conservatório da UFMG, localizados na região centro-sul de Belo Horizonte. Além dos três espaços, haverá atividades ao ar livre no bairro Lagoinha, Praça da Liberdade e Viaduto Santa Tereza.
As inscrições vão de 11 de janeiro a 10 de fevereiro para 13 oficinas educacionais e artísticas pelo site do Festival. Nos dias 11 e 12 de fevereiro, caso ainda haja vagas, interessados poderão se inscrever presencialmente na secretaria do Festival, situada no Conservatório da UFMG. Todas as oficinas serão oferecidas a preços populares, entre R$ 10 e R$ 30, e são abertas ao público.
O tema do Festival – Desaplanando Horizontes – faz alusão ao trabalho do acadêmico Nick Sousanis, primeira pessoa na Universidade de Columbia a produzir uma tese de doutorado no inusitado formato de quadrinhos. O Festival de Verão traz para suas oficinas uma diversidade caleidoscópica de temas e formas criativas de experimentar o mundo.
Para a coordenadora Denise Pedron, a programação deste ano é um convite livre para o contato com o saber através da imaginação. "Os debates, além de trazerem uma perspectiva acadêmica, valorizam também os saberes produzidos na e pela experiência. As oficinas são bastante diversificadas, passando por temáticas como quadrinhos, teatro negro, criações solo, dança, dramaturgia, produção de arte com retroprojetor, geometrias, arquitetura da cidade, etc.", diz Denise.
Oficinas
Inspirada pela linha norteadora do Festival, a oficina Todo Mundo Consegue Fazer Quadrinhos vai além do ensino de técnicas inerentes ao universo das HQs. Ministrada por Daniel Leal Werneck, professor de Cinema e Animação da UFMG, a oficina se destina, inclusive, a quem “não sabe desenhar bem”. Em dois dias de curso, os alunos vão explorar princípios básicos do design de personagens e técnicas narrativas usadas não só em quadrinhos, mas em storyboards para cinema, televisão, publicidade e até videogames.
Com a proposta de aprender na prática, a oficina Rolezinho Nossa Grama Verde vai levar o público para uma aula a pé pelas emblemáticas ruas do bairro Lagoinha, berço da boemia e das rodas de samba da cidade, estigmatizado hoje em dia pela imagem de cracolândia. O passeio, uma espécie de convite à quebra de preconceitos e pontapé para transformação de realidades, será conduzido pelo morador do bairro e ativista pela requalificação da região, Filipe Thales, junto aos colaboradores do Coletivo Nossa Grama Verde, Isabela Viana, Bruna Pardini e Bruna Viana.
Voltada para estudantes do ensino médio e com uma linha autoral, a oficina Pequenas Dramaturgias pretende não só aproximar o teatro das expressões cotidianas dos adolescentes, como também permitir que eles criem suas próprias cenas com liberdade. Sob orientação de Marina Marcondes Machado, docente do curso de Teatro da UFMG e professora da pós-graduação na linha Artes da Cena (Escola de Belas Artes), jovens a partir de 15 anos poderão escrever suas próprias histórias em cenas curtas, nas modalidades dramática, épica e pós-dramática. O curso também é destinado a professores de teatro para crianças e jovens.
Debates
Além das oficinas, o 13º Festival de Verão da UFMG convida para três debates gratuitos ao público e que vão abordar problemáticas contemporâneas urgentes. Em um diálogo interseccional sobre gênero e políticas habitacionais, Leonardo Péricles, integrante da Coordenação Nacional do Movimento de Luta nos Bairros e Favelas (MBL), e a feminista-ativista Cristina Tolentino, do Movimento de Mulheres Olga Benário, irão apresentar um retrato da luta por moradia digna no Brasil e na capital mineira, diretamente atrelado ao protagonismo das mulheres dentro das ocupações urbanas.
Em uma perspectiva de empatia e acolhimento, o acadêmico da República do Congo Felix Ulombe Kaputu, doutor em Estudos Interdisciplinares, em Antropologia e em Literatura Inglesa Comparada, apresenta a palestra O Refugiado, Este Outro. Como pesquisador residente da UFMG, Kaputu parte de um olhar multifacetado sobre as vidas, necessidades e sonhos particulares de pessoas forçadas a deixar sua terra Natal e, de repente, serem obrigadas a recomeçar a vida longe de casa.
No debate Transvivência: Diálogos Sobre o Direito à Diferença na Universidade o filósofo Paulo Henrique de Queiroz Nogueira, professor adjunto da Faculdade de Educação (FaE), parte de sua pesquisa A presença de pessoas trans na UFMG: perspectivas interpessoais e institucionais para problematizar questões como acesso a educação e invisibilidade de pessoas trans. Ele estará acompanhado da servidora pública federal da UFMG, Samara Gabi Pimenta, que propõe uma reflexão sobre políticas que facilitem a transição de gênero no ambiente profissional.