Aluna de Design da UFMG lança livro sobre encontro feminino de gerações
Avó e neta estreiam juntas na literatura apresentando as impressões líricas de uma mulher que viveu os anos dourados no Brasil, a ditadura milita
Editado pela Selo Leme, da Editora Impressões de Minas, com posfácio da escritora e artista plástica Julia Panadés, a obra “Gratifica-se quem me encontrar” será lançada no dia 8 de dezembro, sábado, das 12h às 16h, no espaço de cultura e restaurante A Central (Praça Rui Barbosa, 104), com entrada franca.
O livro é resultado de uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Design da UFMG da aluna Rita Davis, orientada pela professora Rita Velloso. A estudante defendeu seu TCC em junho de 2018.
Um encontro de mulheres contemporâneas e de gerações diferentes, que compartilham vida e família, recriando as próprias memórias. Assim pode ser definido este livro-objeto de arte, composto por recortes de textos e imagens. “Gratifica-se quem me encontrar” foi escrito pela psicanalista Marília Pires e a designer, Rita Davis. Avó e neta estreiam juntas na literatura, apresentando impressões líricas de uma mulher que viveu os anos dourados no Brasil, a ditadura militar, até os dias de hoje.
“Transmissões de gerações” na literatura
Marília aceitou o desafio de Rita de expor suas memórias de mulher que vive os dilemas do feminino na vida e na arte. “É uma emoção gigante conhecer e trabalhar com essa história, que é dela, minha e de tantas outras pessoas. A escrita da minha avó mexeu comigo de uma maneira muito bonita, me fez movimentar, questionar, produzir. Quando percebi esse efeito em mim, vi que sua história não tinha acabado ali, nos anos da ditadura, quando foi militante e presa política. Muita água veio depois disso, continua vindo e movimentando sua vida até hoje, e é o que motiva ela a escrever. Os minicontos que compilei no livro fazem parte da minha história também, e agora, construir, juntas, esse livro é um marco de vínculo entre gerações como forma de resistência artística.”, pontua Rita Davis.
A avó Marília conta que a duas nunca planejaram nenhum trabalho conjunto. Foi quando começou a observar os trabalhos de faculdade da neta que se moviam muito para a temática da mulher, que passaram a trocar livros e textos. “Rita perguntou de mim. E quis saber mais e mais. As mil horas de conversas e trocas, esculpiram para mim a palavra “transmissão”. Entreguei-lhe a chave para que fizesse a seu modo o que bem quisesse. E aí acontece esse livro. Uma sintonia e cumplicidade que sei serem raras na vida.”, ressalta Marília.