Artista Mário Azevedo é contemplado em projeto do Centro Cultural UFMG

O Centro Cultural UFMG disponibiliza a quinta edição do projeto Diálogos: Artista e Curador(a), que contempla o artista plástico/visual Mário Azevedo, com a exposição virtual Canções/Visões. A mostra tem a curadoria do poeta e jornalista Carlos Ávila. O diálogo entre o artista e o curador pode ser visto pelo canal no YouTube

Canções/Visões – por Carlos Ávila

“A essência do trabalho de Mário Azevedo é poética – e também musical: canções remetem a visões plásticas, com tonalidade e ritmo próprios. Aquarela-pictórica (a base é uma só: o desenho).

As cores cantam: azuis, vermelhos, rosas, cinzas, brancos, pretos, verdes, amarelos, roxos, dourados...

As formas dançam: quadrados e círculos; retângulos e triângulos; linhas e letras; números; setas; cruzes; bandeiras; grades; mapas; plantas baixas; colagens e descolagens...

A produção atual de Azevedo reafirma seus eixos de criação:

– referenciais cromático-construtivos nunca abandonados (somados ao espírito instigante de Dadá/Merz);

– vivo e constante interesse por pictogramas, ideogramas, hexagramas etc.;

– letras & palavras & fragmentos de textos (em vários idiomas) + recortes de imagens de todo tipo;

– impressões e edições (litográficas e tipográficas);

– postais, cadernos, grafites, objetos...

Enfim, a matéria-memória visual que envolve o público, em tempos e espaços diversos.

O constructo sensível de Azevedo é composto por séries, variações sutis dos mesmos signos formatadores de sua poética plástica, acrescentados aqui e ali de novos e imprevistos elementos, que retornam ou não – às vezes, surgem numa composição e não reaparecem mais (signos únicos e irrepetíveis?).

Miniuniverso plástico singular, repleto de matizes, superposições e transparências. Em sua maior parte, de um trabalho ‘de câmara’, delicado e dedicado, que solicita fruição pausada e pormenorizada – composições para serem observadas em detalhe, espécie de metonímia visual (mesmo que o trabalho cresça em dimensão ou medida, continua requerendo aquela mesma fruição). O fluxo dessas “Canções” evoca uma espécie de instalação vida-obra em movimento – móbile: senti(pensa)mentos projetados/construídos no papel”.

Sobre os artistas

Mário Azevedo (Ubá, Minas Gerais, 1957). Artista plástico/visual com atuação ativa desde 1980. Graduado pela Escola de Belas Artes da UFMG, em Belo Horizonte, onde foi professor de Desenho e de Pintura entre 1994 e 2020. Mestre em Poéticas Visuais pela referida escola, doutor em Teoria, História e Crítica de Arte pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Université of Picardy Jules Verne (Amiens/França) e pós- doutor pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou seus trabalhos e textos em revistas brasileiras e estrangeiras e produziu algumas exposições curatoriais. Com mais de 35 mostras individuais e inúmeras exposições coletivas, recebeu prêmios diversos no Brasil, além de alguns no exterior. Suas obras estão em importantes acervos de museus e instituições, dentro e fora do país, bem como em várias coleções particulares.

Carlos Ávila (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1955). Poeta e jornalista. Publicou os livros de poemas Aqui & agora (1981), Sinal de menos (1989), Bissexto sentido (1999), Área de risco (2012) e Anexo de ecos (2017); publicou ainda o volume de crítica Poesia pensada (2004) e um livro infantil: Bri Bri no canto do parque (2012). Foi editor do Suplemento Literário de Minas Gerais e participou de antologias no país e no exterior, entre elas, Nothing the sun could not explain – 20 Contemporary Brazilian Poets (Los Angeles/EUA, Sun & Moon Press, 1997; 2ª edição: 2003). Também esteve presente em diversos encontros e seminários, trabalhou em televisão (Rede Minas) e editou publicações. Colabora em jornais, revistas impressas e on-line.

Diálogos: Artista e Curador(a)

O projeto Diálogos: Artista e Curador(a) pretende disponibilizar exposições virtuais em formato de vídeos documentários mensalmente nas redes sociais do Centro Cultural UFMG. A partir de recortes curatoriais cronológicos, os vídeos trazem uma linha evolutiva no tempo e no percurso da criação do artista, oferecendo ao espectador a oportunidade de percorrer virtualmente pelas obras, por meio de simulação 3D, sendo mediado pelos comentários do artista e do curador.

O projeto vai apresentar nomes expressivos do cenário artístico e oferecer ao público conteúdos com excelência, associados a uma reflexão aprofundada no contexto da arte contemporânea nacional e internacional, permitindo que avancem em seus conhecimentos e nas maneiras de fazer e pensar a arte.

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