Campus Cultural UFMG em Tiradentes inaugura exposição ‘Frei Vellozo, cientista e editor’
O Museu Casa Padre Toledo, do Campus Cultural UFMG em Tiradentes, inaugura nesta quinta-feira, dia 28 de junho, a exposição Frei Vellozo, cientista e editor. A mostra será aberta dentro da programação do 2º Festival de Artes & Tradições de Tiradentes e permanece até dezembro no museu, podendo ser visitada de terças a sextas-feiras, das 10h às 17h; aos sábados, das 10h às 16h30; e aos domingos, das 9h às 15h.
O Museu Casa Padre Toledo fica na Rua Padre Toledo, nº 190, centro de Tiradentes, Minas Gerais. Mais informações pelo telefone (32) 3355-1549.
Frei Vellozo, cientista e editor traz à luz um pouco da memória e da obra de Frei Vellozo, pioneiro da ciência brasileira, em homenagem aos 300 anos de Tiradentes, sua cidade natal. A mostra é um desdobramento do projeto da pesquisadora Maria das Graças Lins Brandão, iniciado em 2017, no âmbito do Programa Professor Residente em Tiradentes. A professora realizou uma revisão minuciosa da obra Flora Fluminensis, escrita no século 18 pelo Frei, e considerada a primeira obra de botânica do país.
A partir do trabalho de recuperação de dados e imagens das quase duas mil espécies vegetais registradas na obra, Maria das Graças identificou 371 plantas úteis e medicinais, cujas informações, atualizadas e organizadas, serão reunidas em livro. O projeto ainda gerou atividades de divulgação científica nas escolas das redes municipal e estadual da região.
A atividade compõe a programação do 2º Festival de Artes & Tradições de Tiradentes, que ainda recebe o Seminário Frei Vellozo: cientista tiradentino do século 18, reunindo pesquisadores da UFMG e da Universidade Federal de São João del Rey no próximo dia 29, das 9h às 12h, no Centro Cultural Sesiminas Yves Alves, em Tiradentes.
Frei Vellozo
Nascido na antiga Vila de São José, atual Tiradentes, o frei José Mariano da Conceição Vellozo (1742-1811) foi um dos mais importantes cientistas de sua época. Como naturalista autodidata, chefiou expedições botânicas entre 1783 e 1790, a pedido do Vice-Rei do Brasil, Dom Luís de Vasconcelos. Ao longo de oito anos, Frei Vellozo e sua equipe realizaram um extenso levantamento da flora da Capitania do Rio de Janeiro e de partes de São Paulo. O trabalho resultou em sua obra monumental, Flora Fluminensis, que traz a descrição de 1.639 espécies de plantas, publicada após a sua morte. Entre 1790 e 1809, Frei Vellozo viveu em Lisboa, onde se associou a vários empreendimentos editoriais e foi diretor da Tipografia do Arco do Cego (1799-1801). Como editor, dedicou-se à difusão da literatura científica de seu tempo, especialmente em sua vertente aplicada.