Com inscrições abertas, curso promovido pelo Instituto de Ciências Agrárias será transmitido pela plataforma YouTube no dia 29

Minas Gerais continua liderando a produção nacional de carvão vegetal, com a participação de 87,5% do volume total. No ano passado, o aumento de 37,8% no valor do produto gerou receita de R$ 5,4 bilhões para o setor de silvicultura (florestas plantadas), segundo dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2020, divulgados no mês passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na próxima segunda-feira, 29 de novembro, professores do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), no campus Montes Claros da UFMG, ofertarão um curso on-line e gratuito, para capacitar os participantes sobre a produção sustentável do carvão vegetal e aproveitamento dos coprodutos da carbonização.

As inscrições para o curso Construção/instalação/operação de um condensador para recuperação dos coprodutos em fornos-fornalha estão abertas até o dia do evento pelo site do Sympla, e as palestras serão transmitidas pelo canal do ICA no YouTube, a partir das 8h. Podem participar produtores rurais, estudantes, docentes que ministram disciplinas relacionadas com a produção de energia, difusores de conhecimento, técnicos e extensionistas, com direito à certificação.

Segundo a professora Talita Sabin, uma das integrantes da equipe técnica, os participantes terão a oportunidade de conhecer as possibilidades de produzir carvão vegetal com baixa emissão de carbono. "E ainda vão aprender sobre a utilização dos coprodutos, como o licor pirolenhoso, obtido com a condensação da fumaça gerada na queima da madeira”, exemplifica.

O curso integra a segunda etapa do projeto Fornos-fornalha, coordenado pelo professor Edy Barauna, do ICA, e aprovado, em 2019, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A ONU investe no incentivo da ampliação de tecnologias para recuperação da produção de carvão de florestas plantadas no estado, por meio do Projeto Siderurgia Sustentável. Minas tem a maior área de florestas plantadas do país – 2,1 milhões de hectares, em sua grande parte ocupada por árvores de eucaliptos –, seguida pelo Paraná.

Segundo Talita Sabin, “a mesma estrutura do Forno-fornalhas, construída na primeira fase, tem capacidade para recuperar os gases emitidos durante a carbonização e gerar coprodutos que serão testados para produção de mudas e futura disponibilização no mercado”.

Redução de poluentes

A produção sustentável de carvão vegetal no âmbito do projeto Fornos-fornalha do ICA é viabilizada por estrutura formada por quatro fornos circulares, acoplados a um queimador central, que reduz em quase 90% as emissões do gás metano de efeito estufa e de monóxido de carbono. Agora, os coprodutos da carbonização, gerados pela condensação da fumaça, serão testados no plantio de mudas para comercialização.

Também integram a equipe do Fornos-fornalha o professor colaborador Fernando Colen e estudantes do Grupo de Estudos em Tecnologia da Madeira (Gtem), coordenado pela professora Talita Sabin.