Na segunda-feira, dia 9 de abril, às 19 horas, o Centro Cultural UFMG recebe os artistas Adaiany Rodrigues, Adolfo Cifuentes e Rosceli Vita para uma conversa sobre a exposição coletiva Foto-Topias: entre espaço e fotografia, que pode ser visitada até o dia 22 de abril. Haverá uma visita guiada pelas obras e lançamento do folder da exposição.

Participa da conversa o professor René Lommez Gomes, que tem experiência de ensino e pesquisa nas áreas Museologia, História da Arte e História Moderna. Entrada franca. O Centro Cultural UFMG fica na Av. Santos Dumont, 174, no centro  de Belo Horizonte. Informações pelo telefone (31) 3409-8290 ou no facebook.com/centroculturalufmg. 

Foto-Topias é um laboratório para ativar diálogos entre fotografia, corpo e espaço. Fotografia faz a alusão aqui, para além do meio técnico, a uma prática imagética e discursiva localizada na extrapolação de múltiplas interfaces entre a imagem e dispositivos, práticas, regimes de uso, circulação e apresentação nos quais as imagens se inserem. Dispositivos de feitura, captura, produção e impressão, por exemplo, mas também à historicidade desses dispositivos e dos seus regimes de uso e função.

Da mesma forma a espacialidade remete aqui, para além de uma dimensão física, a discursos e práticas de ordem social, simbólico, cultural e estético. À espacialidade do formato exposição, por exemplo, à conversa das imagens com os suportes, com os espaços e escala das salas por meio desse diálogo com a arquitetura que constitui a própria ideia de montagem expográfica e museográfica. Mas também a espacialidade de uma casa, de uma Praça e de um contexto espacial localizado urbanística e historicamente no coração da cidade. E essa espacialidade remete, finalmente, também aos diálogos do corpo com as dimensões, a escala, os micro espaços e hetero espaços desse prédio nobre que abriga o Centro Cultural UFMG: espaço tombado, conotado, marcado pelos seus usos e funções, pela sua história que se funde com a da própria cidade.

Todas essas questões constituíram a base de trabalho para a realização de uma exposição lavrada e pensada a partir da ideia de uma fotografia e de umas obras, construídas e produzidas in locus, in situ: em diálogo com o lugar. O desafio foi pensar uma prática tradicionalmente ligada ao plano, ao bidimensional, como é a fotografia, em termos de ocupação e conversa com a imanência dos espaços da casa. Ela é, por conseguinte, não só uma exposição para ver, senão uma exposição para visitar, para percorrer, para experimentar com o corpo e a presença, com o andar e o olhar no local.