Cerca de 25% da população brasileira adulta tem pressão alta, constata estudo da UFMG

Um estudo com os dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) indicou que 24,1% da população brasileira adulta tem hipertensão arterial elevada (PA).

Entre os autores da pesquisa estão os professores da Escola de Enfermagem da UFMG Deborah Carvalho Malta e Jorge Gustavo Velásquez Melendez. O principal objetivo foi analisar os fatores associados à hipertensão arterial autorreferida entre adultos nas capitais brasileiras, como: sexo, idade, escolaridade, etnia, estilo de vida. O estudo revela que a quantidade de hipertensos aumenta com o avanço da idade, chegando a atingir 60% dos idosos com 65 anos ou mais. As variáveis associadas à hipertensão arterial foram maiores também entre pessoas: com baixa escolaridade (38%), obesos (43,9%), raça/cor da pele preta (25,8%), com diabetes (67,1%), colesterol elevado (46,3%) e ex-fumantes (37,4%).

De acordo com o professor Gustavo, a hipertensão arterial acarreta aumento dos custos dos sistemas de saúde e tem afetado a economia global. “Aproximadamente 10 milhões de pessoas por ano morrem no mundo desnecessariamente por complicações ligadas a hipertensão arterial (AVC, infarto de miocárdio e doença renal crônica). A hipertensão é o fator de risco mais prevalente, estratégias para evitar o aumento da pressão arterial e medicação anti-hipertensiva oportuna podem ter um efeito considerável para prevenir ou retardar doenças degenerativas associadas e, portanto um impacto econômico considerável nos sistemas públicos de prestação de serviços de saúde. Temos como exemplo os Estados Unidos, onde o risco de morte associada ao AVC tem diminuído devido a um melhor controle dos níveis pressóricos. Mais de dois terços dos pacientes com frequência cardíaca irregular tem história de hipertensão e é alta também em outras doenças cardiovasculares. Dessa forma seu tratamento pode evitar os altos custos que representam as doenças cardiovasculares incapacitantes”, esclareceu o professor.

O estudo atual também mostrou não haver diferenças entre usuários ou não de planos de saúde. Porém, a conclusão de que cerca de um quarto da população adulta residente nas capitais brasileiras possuem hipertensão arterial é uma conclusão muito preocupante. Segundo o professor, esse resultado pode diminuir se forem implantadas certas políticas públicas de diagnósticos e prevenções. “Uma das primeiras ações de saúde pública seria o diagnóstico oportuno, ou seja, o reconhecimento da doença quando ela está no seu inicio. Uma ação eficaz seria a medição periódica da pressão arterial a partir dos 18 anos. É sempre importante lembrar que essa doença é silenciosa do ponto de vista dos seus sintomas clínicos”, enfatizou.

Saiba mais: Suplemento temático da Revista de Saúde Pública sobre doenças crônicas não transmissíveis e inquéritos populacionais será lançado na Escola de Enfermagem.

Assessoria de Imprensa da UFMG

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