Cerimônia nesta segunda, 19, marca início das obras do Centro Nacional de Vacinas, parceria entre o MCTI, a UFMG e governo de Minas Gerais
R$80 milhões serão investidos na construção de infraestrutura brasileira que desenvolve novas plataformas para imunizantes e mais
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizam cerimônia nesta segunda-feira (19), às 14h, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), para marcar o início das obras do Centro Nacional de Vacinas MCTI. A obra receberá investimento de R$80 milhões. Serão R$50 milhões de recursos federais, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), e R$30 milhões do governo de Minas Gerais.
A estrutura é resultado de acordo firmado em 2021 entre UFMG e o MCTI para transformar o Centro Nacional de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) no Centro Nacional de Vacinas.
Participarão do evento o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, o vice-governador eleito, Mateus Simões, além de pesquisadores do CNVacinas e autoridades municipais e estaduais.
A missão do CNVacinas será acelerar o desenvolvimento de vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para doenças humanas e veterinárias dentro do conceito One Health (Saúde Única), contribuindo assim para o Sistema Único de Saúde e desenvolvimento socioeconômico do país.
O Centro Nacional de Vacinas terá como escopo o desenvolvimento de novos imunizantes, incluindo plataformas vacinais, kits diagnósticos e fármacos, em boas práticas de laboratório e fabricação desde o princípio do processo de pesquisa. Pesquisadores que trabalham com o desenvolvimento de imunizantes em todo o território nacional poderão utilizar a estrutura.
O espaço também será um elo entre o ambiente acadêmico e o mercado, servindo de catalisador do processo de inovação e transferência de tecnologias para empresas e instituições. Será, ainda, uma plataforma para o surgimento de spin-offs que desejem comercializar os produtos desenvolvidos.
Além disso, o CNVacinas empreenderá esforços para apoiar grupos de pesquisa, instituições e empresas por meio da capacitação de profissionais e prestação de serviços, garantindo sustentabilidade.
Ecossistema
O projeto atende a uma demanda brasileira para estabelecer um ecossistema que contemple o regulatório sanitário, com rastreabilidade. Ao longo das ações de combate à pandemia, o MCTI identificou, como ‘gargalo’ para a pesquisa, desenvolvimento e inovação, a ausência no Brasil de plantas capazes de produzir lotes-piloto de Insumos Farmacêutico Ativo (IFAs) em condições de Boas Práticas de Fabricação e de realizar o posterior envase de formulações vacinais experimentais. Esses são aspectos que precisam ser atendidos para cumprir exigências da Anvisa em relação a ensaios clínicos em seres humanos.
As tecnologias aplicadas no desenvolvimento das vacinas, como as financiadas pela RedeVírus MCTI para o combate à covid-19, poderão ser utilizadas para outras doenças, em especial aquelas que são endêmicas ou que mais afetam a população brasileira, como dengue, zika, malária e febre amarela.
Estrutura
A estrutura física do Centro Nacional de Vacinas contará com cerca de seis mil metros quadrados de área construída, divididos em um prédio de cinco andares. O edifício, em formato em L, contemplará toda a parte científica e de desenvolvimento de vacinas, além de biotérios, setores de produção de proteína recombinante, setores de análise de genoma, de bioinformática e de análises de respostas imunológicas.
A construção está na fase de terraplenagem do terreno, e a previsão é que o Centro esteja pronto em 2025. Toda a infraestrutura será voltada para a produção de lotes clínicos, ou seja, o CNVacinas fará todo o desenvolvimento do imunizante e entregará a tecnologia para que a indústria nacional fabrique os imunizantes em larga escala.
CTVacinas
O CTVacinas é um centro de pesquisas em biotecnologia, resultado de parceria estabelecida entre a UFMG, o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o BH-TEC. O Centro reúne pesquisadores vinculados à UFMG e à Fiocruz-Minas.
O Centro é voltado ao desenvolvimento de novas tecnologias ligadas à produção de kits de diagnóstico e vacinas contra doenças humanas e veterinárias. Em julho deste ano, recebeu a certificação Boas Práticas de Laboratório (BPL), emitida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Trata-se de um sistema da qualidade que referenda o processo organizacional e as condições sob as quais estudos e pesquisas referentes à saúde e ao meio ambiente são planejados, realizados, monitorados, registrados, arquivados e relatados.
No caso de laboratórios que desenvolvem pesquisas na área da saúde, a certificação BPL é um dos requisitos determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O processo é necessário para atender as normas regulatórias para a produção de lotes-piloto de imunizantes que, com isso, poderão ser utilizados em testes pré-clínicos e clínicos.
O CTVacinas é responsável pelo desenvolvimento da SpiN-TEC MCTI UFMG, o primeiro imunizante 100% brasileiro contra a covid-19, cujos testes clínicos foram iniciados no mês passado na Faculdade de Medicina da UFMG. O Centro também pesquisa imunizantes que protegem contra outras doenças, como monkeypox (vírus MVA), malária (em associação com a professora Irene Soares, da USP), leishmaniose humana, dengue, covid-19 (DNA e RNA), doença de Chagas e influenza.
Serviço
Evento: início das obras de construção do Centro Nacional de Vacinas (CNVacinas)
Onde: Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) - Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770 - Engenho Nogueira, Belo Horizonte - MG
Quando: 19/12/2022 (segunda-feira), às 14h