Com 'Macbeth 22', professora da UFMG atualiza clássico de Shakespeare

Segue em cartaz, até 12 de fevereiro, o espetáculo teatral Macbeth 22, de Mariana Lima Muniz, atriz e professora da Escola de Belas Artes da UFMG, e David Maurity. A peça está sendo apresentada na Fundação Nacional de Artes de Minas Gerais (Rua Januária, 68, Belo Horizonte/MG) às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. No palco, são discutidas relações entre gênero e poder. 

Também participam as atrizes Fernanda Vianna e Lydia Del Picchia, do Grupo Galpão Inês Peixoto, e Rejane Faria. Ao recontar a história de ascensão e queda de um tirano, o espetáculo estabelece aproximações entre a renascença elisabetana e a atual política brasileira. 

Na fábula trágica, escrita entre 1603 e 1607, Macbeth volta para casa vitorioso de uma batalha e depara com a profecia de três bruxas, que lhe contam que ele se tornará barão e, em seguida, rei. Tomado pela ganância, o general mata o rei escocês com a ajuda de sua companheira, Lady Macbeth. Mas o peso da coroa traz insônia e crises de consciência ao novo rei, que, aos poucos, enlouquece diante do medo de perder o poder. A história se passa na Escócia do século 21.

Para Mariana Muniz, que volta aos palcos após uma pausa de quatro anos, a trama "poderia, muito bem, se desenrolar no Brasil de 2022, ano das eleições presidenciais". Logo após os atos de 7 de setembro de 2021, marcados por grande tensão política, Mariana convidou David Maurity para se juntar a ela na escrita de Macbeth 22. Juntos, eles traduziram a peça diretamente do inglês e acrescentaram vários textos originais.

Equipe feminina

As falas de Macbeth e Lady Macbeth são interpretadas por Mariana Lima Muniz, e os demais personagens, como Macduff, Banquo e as bruxas, se expressam nas vozes gravadas de Lydia Del Picchia, Rejane Faria e Fernanda Vianna.

Segundo Mariana, não por acaso, o espetáculo é formado por uma equipe essencialmente feminina. "No teatro elisabetano, as mulheres não podiam trabalhar como atrizes, e a maioria dos papéis nas obras do bardo são masculinos", afirma a atriz. "Os desejos, paixões, dúvidas, crueldades e nobrezas presentes nos personagens não são prerrogativa masculina."

Dessa forma, Macbeth 22 "não apresenta apenas uma visão crítica e contemporânea sobre a obra de Shakespeare, mas alia o erudito ao popular, chegando ao público com força e afeto", conta Mariana Muniz. Para ela, o dramaturgo inglês "continua, depois de tantos séculos, sacudindo o reino da nossa condição humana".

Campanha de popularização

Os ingressos custam R$ 20 nos postos de venda do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas (Sinparc), localizados nos shoppings Cidade e Pátio Savassi, no site Vá ao Teatro ou pelo seu aplicativo. Na bilheteria do teatro, a entrada custa R$ 42. A classificação indicativa é de 10 anos. O evento integra a 48ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Belo Horizonte

Com apoio do curso de Teatro da UFMG e produção do Arte em Conexão, o espetáculo tem direção de encenação de Thálita Motta e direção de atuação de Ana Régis. Os figurinos são de Silma Dornas. A iluminação de Akner Gustavson e a cenografia de Bruna Christófaro sugerem mudanças de espaço, tempo e clima. O músico Maurilio Rocha atualiza a obra ao incorporar o heavy metal à sonoplastia.

Ficha técnica:

Período em cartaz: até 12 de fevereiro | sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Local: Fundação Nacional de Artes de Minas Gerais (Funarte-MG) – Rua Januária, 68, Belo Horizonte/MG
Ingresso: R$ 42 (inteira) e R$ 20 (postos de campanha)

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG

Serviço

Espetáculo teatral 'Macbeth 22'

Até 12 de fevereiro

Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h

Fundação Nacional de Artes de Minas Gerais (Funarte-MG) – Rua Januária, 68, Belo Horizonte/MG