Curso da UFMG realiza debate sobre ética e estética por meio da análise de textos e filmes
Com aulas aos sábados, na Praça da Liberdade, projeto Filosofia na Praça está com matrículas abertas
O projeto de extensão da UFMG Filosofia na Praça está com matrículas abertas para o curso do primeiro semestre de 2019, que tem como temática Ética e Estética: do texto à tela. De 13 de março a 3 de julho, sempre às quartas-feiras, professores das áreas de filosofia, literatura e cinema analisarão, em módulos independentes, esse tema comum à luz de diferentes perspectivas teóricas, contemplando um rico e variado conjunto de textos e filmes. As matrículas podem ser realizadas por módulo ou por curso integral no site da Fundep, com valores variados.
Para outras informações, acesse o site do projeto ou envie um e-mail para filosofianapraca@gmail.com
Transpondo os limites da sala de aula e propondo uma discussão transdisciplinar, o projeto de extensão Filosofia na Praça, promovido pelo Departamento de Filosofia da UFMG, convida os participantes a explorar temas éticos, políticos e estéticos por meio da análise de textos e filmes. A proposta é aberta a todo o público e acontece no Espaço de Conhecimento da UFMG, localizado na Praça da Liberdade.
Com o tema Ética e Estética: do texto à tela, os principais objetivos do projeto são debater tais temas discutindo a recepção de autores clássicos pela sétima arte e refletir sobre a contribuição de grandes escritores e diretores de cinema para importantes questões filosóficas. O curso tem coordenação da professora Maria Cecília de Miranda Nogueira Coelho, do Departamento de Filosofia da UFMG, e monitoria da graduanda Romana Almeida Guimarães.
Confira a programação dos módulos:
Módulo I: Electra e Medeia – Matricídio e filicídio em cena
Professora Maria Cecilia de Miranda N. Coelho (Filosofia/UFMG)
Dias: 13, 20 e 27 de março e 3 de abril
Horário: 19h30 às 21h10
Propõe-se uma abordagem dos temas do matricídio e do filicídio por meio da análise de cenas de tragédias gregas relativas às personagens Electra e Medeia. Serão tratadas as Coéforas, de Ésquilo, a Electra, de Sófocles, e a Electra e a Medeia, de Eurípides. Paralelamente, analisaremos a transposição dessas tragédias para a tela em filmes dos seguintes diretores: Cacoyannis, Jancso, Visconti e Canijo (mito de Electra); Pasolini, von Trier e Dassin (mito de Medeia).
Módulo II: A mitologia grega e suas reencenações nas artes visuais
Professora Celina F. Lage (Escola Guignard/UEMG)
Dias: 10, 17 e 24 de abril e 8 de maio
Horário: 19h30 às 21h10
Serão apresentadas algumas releituras de mitos gregos realizadas no âmbito das artes visuais: mitos da Odisséia de Homero nos filmes O Desprezo, de Jean-Luc Godard, e Um Olhar a Cada Dia, de Theo Angelopoulos; os mitos criados por Platão na República, com destaque para o da caverna em suas recriações fílmicas; e, por fim, algumas representações da mitologia nas obras de outros artistas contemporâneos.
Módulo III: Dilema/Cinema
Professor Sérgio Alcides Pereira do Amaral (Letras/UFMG)
Dias: 15, 22 e 29 de maio e 5 de junho
Horário: 19h30 às 21h10
A partir do comentário de cinco filmes de algum modo relacionados a obras literárias, propõe-se a discussão de dois temas: (1) maneiras de a ficção se aproximar de problemas tais como o fanatismo, a maldade e a culpa; e (2) aspectos éticos da apropriação do texto pelo cinema. Serão examinados: A deusa (1960), de Satyajit Ray (baseado em conto de Mukhopadhyay); A grande testemunha (Au hasard Balthazar, 1966), de Robert Bresson (a partir de alusão a O idiota, de Dostoiévski); Minha noite com ela (1969), de Éric Rohmer (que aproveita os Pensamentos, de Pascal); Rashomon (1950), de Akira Kurosawa (sobre conto de Ryunosuke Akutagawa); e O espírito da colméia (1973), de Víctor Erice (que explora o efeito da estória de Frankenstein sobre uma criança em tempos difíceis).
Módulo IV: Literatura e política no cinema dos Straub
Professor César Geraldo Guimarães (Comunicação Social/UFMG)
Dias: 12, 19 e 26 de junho e 3 de julho
Horário: 19h30 às 21h10
Este módulo aborda as relações entre o texto literário e a escritura fílmica a partir das aproximações – e distâncias também – entre a literatura de Cesare Pavese (A lua e as fogueiras e Conversações com Leucó) e de Franz Kafka (O desaparecido ou Amerika) e os filmes de Jean-Marie Straub e Danielle Huillet (Da nuvem à resistência e Relações de classe). Entre a letra e a imagem corre o fio das correlações entre cinema e política.