Curso na UFMG questiona como conversar sobre sexualidade com pré-adolescentes
Debate sobre importância do diálogo com os jovens acontece dia 15 de setembro; inscrições abertas
O curso Como conversar sobre sexualidade com pré-adolescentes será realizado dia 15 de setembro, das 8h às 12h, no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, no campus Pampulha (Sala de Seminários do ICB, 4º andar, nº G423). A iniciativa conta com a gestão da Fundep e é aberta a toda a comunidade. As inscrições podem ser realizadas até o dia 10 de setembro e o investimento é de R$80. Para mais informações e inscrição, acesse o site da Fundep.
Com o intuito de auxiliar familiares e educadores a lidar com o tema, o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG oferece o minicurso com a chamada Aprender para ensinar. O encontro é pautado na valorização à vida, no estímulo à autoestima e no diálogo aberto, verdadeiro e afetivo.
O curso visa transmitir a pais e educadores informações básicas sobre o início da formação da vida, os riscos do sexo precoce e suas consequências (Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs – e gravidez precoce) que comprometem os sonhos e a capacitação profissional dos adolescentes. Com linguagem acessível e formato lúdico, serão promovidas oficinas e dinâmicas de grupos, abordando conceitos biológicos, como a formação dos bebês, menstruação e ejaculação; pontos jurídicos, como responsabilidades sobre a gravidez e a questão do aborto no Brasil; e, também, outros tópicos do assunto, como o uso de camisinha e a prevenção a doenças sexualmente transmissíveis.
Educação sexual no Brasil
“A precocidade sexual entre jovens na faixa etária entre 11 e 13 anos é uma evidência preocupante em nossa sociedade. Seja pelo despreparo ou pela dificuldade para lidar com o tema, o assunto, muitas vezes, é postergado ou negligenciado pelos pais e professores. E a consequência em curto e médio prazo são os impactos já revelados pelo aumento do número de gravidezes adolescentes e pela disseminação de Infecções Sexualmente Transmissíveis entre jovens no Brasil”, afirma a professora Gerluza Borges. Segundo dados da Organização das Nações Unidas do Brasil (ONU), uma a cada cinco crianças nascidas no Brasil é fruto de gravidez adolescente (levantamento de 2017).
“A maternidade e paternidade precoces gera problemas em cascata, como: meninas com risco de morrer devido à prática do aborto clandestino; crianças desamparadas frutos de gravidezes indesejadas; abdicação dos estudos e retrocesso da capacitação profissional; além da desestruturação familiar, da pressão psicológica e da disseminação de infecções sexualmente transmissíveis – o Brasil vive uma epidemia de Sífilis”, afirma a professora Gerluza.
A educação sexual é presente no projeto de ensino das escolas, contudo, os dados evidenciam uma postura contrária dos jovens, que começam suas atividades sexuais precocemente. Nesse contexto, torna-se fundamental uma abordagem aderente ao universo dos pré-adolescentes e que seja capaz de sensibilizá-los sobre a importância dos cuidados com a descoberta da sexualidade – vinda tanto dos educadores, quanto dos pais.