Em simpósio, especialistas da UFMG atualizam informações sobre a monkeypox

Aspectos epidemiológicos e preventivos da doença serão abordados nesta quinta-feira, em evento que integra as comemorações dos 95 anos da UFMG

A UFMG promove, nesta quinta-feira, dia 29 de setembro, às 10h, mais uma conferência do ciclo Futuro, essa palavra, em celebração aos 95 anos da Universidade, com o tema Monkeypox: o que sabemos?. O simpósio reunirá os professores Erna Geessien Kroon e Flávio Guimarães da Fonseca, integrantes da Câmara Técnica Temporária Pox-MCTI, e Unaí Tupinambás, médico epidemiologista da Faculdade de Medicina. A atividade será realizada no auditório da Reitoria, com transmissão pelo canal da UFMG no YouTube.

A abertura do evento será realizada pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, e a mediação ficará a cargo da vice-diretora da Faculdade de Medicina, Cristina Alvim. Até a véspera do evento, o público poderá enviar perguntas para o e-mail ufmg95anos@gabinete.ufmg.br. Elas serão respondidas durante a conferência.

Monkeypox vírus é o agente etiológico da monkeypox. Ele pertence à mesma família do vírus da varíola, descoberto em 1958. O primeiro caso em humanos foi registrado em 1970, com manifestações clínicas semelhantes à varíola humana, porém de menor gravidade.

Segundo a professora Erna Kroon, que fará um histórico do monkeypox no mundo, o vírus é muito resistente, o que favorece sua transmissão. "A infecção se caracteriza por sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo, fadiga, lesões na pele e inflamação de linfonodos. Pode ser transmitida pelo contato direto com secreções respiratórias, lesões na pele, fluidos corporais e objetos contaminados".

O primeiro caso da enfermidade neste ano foi registrado em março, no Reino Unido. Desde então, 61.173 pessoas de 105 países foram infectadas, resultando em 23 mortes, duas no Brasil, conforme o boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado no dia 21 de setembro

Ainda segundo dados da OMS, o surto da doença continua afetando principalmente homens jovens, com 97,4% (31.295 de 32.125) de casos com idade média de 35 anos. Entre os casos com orientação sexual relatados, 90,9% (13.940 de 15.339) identificaram-se como gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens. 

Para o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina Unaí Tupinambás, “no primeiro momento, esse é um dos públicos [jovens homossexuais] que deverá ser priorizado para a vacinação, no Brasil, juntamente com o pessoal da área de saúde”. Na conferência, o médico vai tratar do cenário epidemiológico, do quadro clínico da doença e das medidas de prevenção e cuidados. 

Vacina nacional

Quanto à vacina, o CTVacinas da UFMG já está desenvolvendo parâmetros para o desenvolvimento de um imunizante nacional semelhante à Jynneos/Imvanex, da empresa Bavarian Nordic A/S.  A Bio-Manguinhos será a responsável pela produção da vacina, cujas “sementes” — dois frascos do vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA) — foram doadas pela agência de pesquisa médica norte-americana, a National Institutes of Health (NIH), por meio de acordo de transferência de material clínico firmado com a Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Durante sua exposição, Flávio da Fonseca vai tratar do princípio que sustenta a proteção vacinal nesse grupo de vírus e abordar as ações da UFMG dedicadas ao estudo do agente por meio do projeto  Aspectos científicos do surto de monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil, que acaba de ter financiamento de R$ 2,964 milhões aprovado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Nos próximos 24 meses, os recursos serão usados para custear bolsas de estudo e aquisição de insumos de pesquisa contra a nova doença. 

Entre as frentes de trabalho dos pesquisadores do projeto, estão a caracterização biológica do vírus causador da monkeypox que circula no Brasil e os estudos sorológicos em áreas de circulação de outros orthopoxvirus, família da qual o vírus faz parte. Os pesquisadores também farão um trabalho de monitoramento da inserção do vírus em animais silvestres e domésticos – principalmente animais de tutores positivos. Essa linha de pesquisa visa ao entendimento das características ecoepidemiológicas do vírus em diferentes espécies animais, das inter-relações entre a biologia e a ecologia dos hospedeiros, além apontar a prevalência e diversidade do vírus.  

Texto de Teresa Sanches

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG

Serviço

'Ciclo de conferências: Futuro, essa palavra | Monkeypox: o que sabemos?'

29 de setembro de 2022

10h

Auditório da Reitoria UFMG, com transmissão no YouTube