Enfermeira do Hospital Risoleta UFMG ganha prêmio internacional de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS
Aplicativo criado por Fabrícia Estevam fornece orientações para a reabilitação da continência urinária
Enfermeira do CTI do Hospital Risoleta Tolentino Neves, administrado pela UFMG, Fabrícia Estevam criou um aplicativo gratuito, acessível via celular, com informações para quem retirou a próstata ter mais qualidade de vida na reabilitação da continência urinária. Essa ferramenta lhe rendeu o Prêmio SBEB Boston Scientific de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS e Fabrícia foi reconhecida na Costa Rica, em 2022.
A ferramenta chamada IUProst é resultado da pesquisa de mestrado Melhores práticas para controle da incontinência urinária em homens submetidos à prostatectomia radical, uma parceria entre integrantes da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG).
O aplicativo permite ao usuário ter acesso sem limite de tempo e espaço a orientações de autocuidado e de autoconhecimento sobre a sua condição de saúde relacionada à incontinência, além de contato com os profissionais de saúde.
“O software contribui para aumentar a adesão desses pacientes à terapia comportamental, viabilizando a prática de exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica em domicílio e trazendo informações acerca dos hábitos de vida que auxiliam no tratamento”, explica Fabrícia.
O grupo de pesquisa foi composto por enfermeiros estudiosos da área de Incontinência Urinária e bacharéis em Ciência da computação com ênfase em desenvolvimento de software. O projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), além de colaboradores de quatros serviços de saúde hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS).
O prêmio
A premiação contou com 192 trabalhos inscritos de 12 países, com foco em tecnologias para a melhoria da saúde das pessoas.
“A experiência de ganhar um prêmio internacional é indescritível, representa muito para nós pesquisadores e defensores do SUS. Serve como incentivo para que sejam criadas novas ferramentas com o intuito de ampliar o acesso e a promoção da qualidade de vida da população. Nós enfermeiros precisamos cada vez mais de tecnologias que sejam aliadas na prestação do cuidado”, conta Fabrícia.
A enfermeira ressalta que o uso do aplicativo foi pensado para ser uma estratégia adicional ao tratamento e não substitui o acompanhamento presencial com um especialista nem encontros indispensáveis para o monitoramento da evolução do paciente e da doença. “O aplicativo contempla diferentes ferramentas: diário miccional; informações quanto à cirurgia, ao tratamento e mudanças de estilo de vida; exercícios de treinamento muscular do assoalho pélvico e gráficos de evolução; vídeos explicativos sobre realização dos exercícios; contato com profissionais de saúde por meio do WhatsApp e Instagram”, afirma.
Próximos passos
A pesquisadora pretende dar continuidade ao aprimoramento do aplicativo a partir das diretrizes e estratégias do Letramento Digital em Saúde. “Vamos ainda aprimorá-lo com conteúdo e avaliação sobre disfunção sexual associada à incontinência urinária na perspectiva de contemplar esse aspecto que prejudica a qualidade de vida dos homens”, conclui.
Acesse o IUProst® gratuitamente via PlayStore.