Nesta quarta-feira, dia 19 de abril, os músicos Érico Fonseca, trompete, e Patrícia Valadão, piano, apresentam obras originais do período romântico e peças didáticas para trompete e piano no ‘Projeto VivaMúsica’. O concerto acontece no Auditório da Escola de Música, no campus Pampulha, às 18h30. Antes do concerto ocorre a palestra Olivier Messiaen: Quarteto para o fim dos tempos, às 17h40, a ser proferida pela professora e coordenadora do projeto VivaMúsica, Margarida Borghoff. Palestra e concerto são abertos ao público. Mais informações pelo telefone (31) 3409-4718.

Este recital foi dividido em duas partes: a primeira contendo obras do período romântico, originalmente concebidas para piano e trompete; e a segunda com obras didáticas do trompete do compositor suíço Jean-François Michel. O século XIX foi um período de grande destaque para o piano como instrumento solista e camerístico e igualmente uma época de escassa produção para o trompete. Poucos compositores do período romântico confeccionaram obras que dessem destaque ao trompete. A primeira obra do programa, Peça de Concerto n. 2, foi composta pelo trompetista russo Vassily Brandt em 1910. Originalmente escrita para trompete e piano, esta obra, apesar de ter sido composta no início do século XX, resgata características inerentes ao romantismo germânico de meados do século XIX.

Na sequência, e dando por encerrada a primeira parte do recital, o duo interpreta a Sonata para cornet e piano de Thorvald Hansen, composta em 1903. Esta obra em três movimentos destaca-se por ser a única sonata com acompanhamento de piano do período romântico, pertencente ao repertório para trompete e seu compositor era um músico cornetista da marinha dinamarquesa.

Na segunda parte do recital foram escolhidas obras do trompetista, educador e compositor suíço Jean-François Michel. Michel foi primeiro trompetista da Orquestra Filarmônica de Munique de 1976 até 1986, medalha de bronze no Concurso de Execução Musical de Genebra e atualmente é professor de trompete na Haute-école de Musique de Suisse Romande (HEM Site Fribourg). A primeira obra de Michel a ser executada é Aeolus (2003), obra de características modais e com influências impressionista e messiânica. Composta originalmente para trompete em si bemol e piano, esta obra evoca Aeolus, o Deus dos ventos na Grécia Antiga. De acordo com a mitologia grega, Aeolus era o filho de Hellen com a ninfa Orseis.

As três últimas peças do programa, Le printemps (2006), Lorie (2011), Intrada Canzonetta e Saltarello (1998), são obras que, no hemisfério norte, sobretudo, na Suíça, é repertório frequente de escolas de músicas e conservatórios. Estas obras são consideradas obras de nível intermediário e caracterizam, progressiva e gradativamente, níveis de dificuldade distintos que guiariam o principiante em trompete até o nível de dificuldade de obras da literatura para este instrumento, que é comumente abordada nas principais universidades europeias.