Espaço do Conhecimento UFMG aborda educação inclusiva e acessível para pessoas surdas em podcast
Dinalva Andrade, atriz e intérprete de Libras, é a convidada do bate-papo sobre possibilidades plurais de acesso à educação de qualidade
O ambiente escolar representa uma importante instância de aprendizado, socialização e interação com a alteridade. Entretanto, quando barreiras e atitudes capacitistas colocam em risco o caráter construtivo da experiência educacional, estes espaços podem contribuir diretamente para a perpetuação da exclusão social de pessoas com deficiência. Em um novo episódio do podcast Papo em Pauta, que trata do compartilhamento de saberes de maneira acessível e inclusiva, o Espaço do Conhecimento UFMG recebe Dinalva Andrade — atriz, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e doutoranda em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, a população com deficiência no Brasil, considerando as pessoas a partir de dois anos de idade, foi estimada em 18,6 milhões, o que corresponde a 8,9% da população desse grupo etário. A pesquisa também apontou que apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência completaram esse nível de instrução. Esses números reforçam a relevância da articulação social, especialmente no âmbito da educação, para promover reflexões e ações que garantam os direitos dessa população de forma permanente.
Em relação aos caminhos para a promoção da acessibilidade e inclusão nas escolas, Dinalva afirma que é essencial considerar que as pessoas surdas possuem diferentes formas de percepção do mundo, a partir da Libras. “Com a formação de jovens e novos concursos se abrindo para profissionais da educação, as pessoas que têm entrado nas escolas vão ampliar esses rumos com uma maior sensibilidade para a adaptação de conteúdos e a criação de materiais para pessoas surdas e pessoas com deficiência. Então, eu acredito nesse processo de sensibilização da nova geração de profissionais da educação”, ressalta a intérprete de Libras.
Dinalva Andrade
Graduada em Teatro e mestre em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É doutoranda em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET MG). É intérprete de Libras do Espaço do Conhecimento UFMG desde 2015. Possui especialização nas áreas de Acessibilidade e Inclusão, Tradução e Interpretação de Libras, Educação Especial Inclusiva e Ensino à Distância. É fundadora do projeto BH em Libras, que visa ampliar a acessibilidade das programações culturais em Belo Horizonte para pessoas surdas, promovendo cursos de capacitação e oferecendo serviços de tradução e interpretação de Libras em eventos.
Papo em Pauta
Ciclo de conversas sobre cultura, cidadania, ciência e bem-estar. O projeto é uma parceria entre o Espaço do Conhecimento UFMG, o Instituto Unimed-BH e a Cemig. A primeira temporada do podcast conta com convidados especiais que irão bater um papo sobre as mais diversas pautas contemporâneas, em quatro episódios veiculados mensalmente e associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).