Espaço do Conhecimento UFMG abre amanhã exposição sobre Bacia do Rio das Velhas
A mostra temporária marca comemoração dos 90 anos da UFMG, dos sete anos do Espaço e dos 20 anos do projeto Manuelzão
Numa parceria com o projeto de extensão da universidade Manuelzão, a exposição temporária À Margem: Água, Cultura e Território será inaugurada amanhã, quarta-feira, dia 21 de março, e conta a história das águas da Bacia do Rio das Velhas, cruciais para o surgimento de Belo Horizonte. Até o dia 18 de junho, os visitantes poderão entender o caminho do rio, desde sua nascente até seu curso por campos e cidades, e compreender como, no lugar de áreas verdes preservadas, vieram esgoto, resíduos industriais, agrotóxicos e assoreamento. Por meio da arte, o Espaço do Conhecimento UFMG convida o público para mergulhar na história desse rio, à espera de ser reinserido à cidade.
A mostra À Margem integra as comemorações dos 90 anos da UFMG, dos 20 anos do Projeto Manuelzão e dos sete anos do Espaço do Conhecimento UFMG. A exposição foi desenvolvida com recursos do patrocínio da Unimed-BH e do Instituto Unimed-BH, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Um rio que fala
A cultura e a arte pulsam no Rio das Velhas, onde diversas comunidades, ribeirinhas e urbanas, mantêm fortes relações com suas águas. À Margem oferece ao visitante uma instalação feita com cordas que reproduz a grandeza da bacia. Uma experiência sensorial que mostra algumas cidades margeadas pelo rio e seus afluentes, evidenciando aspectos positivos e negativos dessa relação.
Ao lado, outra instalação reflete como o vínculo com o Rio das Velhas gerou narrativas que ajudam a construir sua forte identidade. O Bumba Meu Boi em Santa Luzia ou as poesias de Guimarães Rosa são exemplos de como costumes locais ajudam no resgate da memória em busca de soluções para que os mineiros possam coexistir com essas águas de forma harmônica.
Mapa Colaborativo
À procura de uma aproximação da população com o rio que está tão próximo de nós, mas permanece invisível aos nossos olhos, a exposição terá a instalação Mapa Colaborativo, composto por dois mapas: um deles mostra a Belo Horizonte planejada; já o segundo apresenta a capital mineira hoje, revelando por onde passam os córregos. Neste, os visitantes poderão deixar suas impressões sobre a importância da Bacia das Velhas, indicando quais atividades gostariam de desenvolver às suas margens, como beber água, nadar ou fazer um piquenique.
Duas décadas de revitalização do rio
Toda a exposição foi concebida em parceria com o projeto de extensão Manuelzão, criado em 1997, na Faculdade de Medicina da UFMG, com o intuito de atuar pela melhoria das condições ambientais, promovendo mais qualidade de vida à população. Tal esforço se concentrava na revitalização da Bacia do Rio das Velhas, já que muitas doenças vinham da falta de cuidado com suas águas. A principal área de atuação foi o investimento na educação ambiental. Hoje, os participantes do projeto trabalham especificamente com escolas, focando nos córregos do Arrudas e do Onça, em BH.
O Manuelzão foi batizado em homenagem ao vaqueiro Manuel Nardi, que conviveu com o escritor Guimarães Rosa e foi eternizado como personagem no livro Grande Sertão: Veredas. Pela forte relação com o Rio das Velhas, inspirou o nome do projeto, que se compromete com a biodiversidade do planeta.
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o museu é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço está subordinado à Diretoria de Ação Cultural (DAC) da universidade, é amparado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio da Unimed-BH e do Instituto Unimed-BH.