Espaço do Conhecimento UFMG promove o 'Agosto Indígena'
Na próxima terça-feira, 9 de agosto, é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas, e o Espaço do Conhecimento preparou uma programação diversificada para este mês. O Agosto Indígena terá debates, visitas mediadas, oficinas de astronomia guarani e de pintura corporal ye’kwana, entre outras atividades.
Tendo em vista a drástica redução da população indígena desde a chegada dos portugueses ao Brasil e a necessidade de reparação histórica e cultural, o museu propõe reflexões e reafirmação do protagonismo e da trajetória de luta desses povos. Os eventos são abertos ao público e gratuitos.
Da terra às estrelas
Os modos de viver, de saber e de cuidar dos povos Yanomami, Ye’kwana, Maxakali, Pataxoop e Xakriabá são abordados na exposição Mundos Indígenas, com visitação de terça a domingo, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 21h. Nos dias 6 e 27 de agosto, às 14h, a visita será guiada e acessível em Libras. A série Visita Virtual tem o registro on-line completo da exposição.
Aos domingos, às 14h30, o Planetário exibe Astronomia Indígena, acessível em Libras. Elaborada pelo Núcleo de Astronomia do Espaço, a produção aborda a perspectiva dos índios tupis-guaranis sobre o céu, com narrativas sobre o Sol, a Lua, os pontos cardeais, as mudanças nas estações, o eclipse lunar e as constelações de Ema, Homem Velho, Veado e Anta.
Pinturas corporais
Destinada a crianças maiores de cinco anos, jovens e adultos, a atividade Os Sorielisarb: quem são os outros? ensinará costumes e crenças do povo Sorielisarb, que vive no braço direito do Amazonas e no tronco tupi do Rio da Prata. A oficina objetiva estabelecer uma reflexão sobre a alteridade e a diversidade dos povos indígenas no Brasil. As 15 vagas serão distribuídas em dois dias (7 e 21), às 15h, e a atividade será realizada na sala de oficinas e no espaço da exposição Mundos Indígenas.
No dia 13, às 15h, o museu promove uma oficina de contação de histórias sobre as constelações do povo Guarani. Na atividade, serão abordados os nomes que os guaranis dão às suas constelações, o significado dessas representações para eles e a relação do céu com o seu cotidiano. Serão 15 vagas para o público de crianças, jovens e adultos.
Também com 15 vagas, a oficina de pintura corporal ye’kwana ocorre no dia 20, às 15h. A sessão será conduzida por Marciane Rocha, artesã ye’kwana e estudante do curso de Antropologia da UFMG, que utilizará os carimbos tradicionais de seu povo para pintar rosto, pernas e braços dos participantes. Durante a oficina, serão contados excertos das narrativas tradicionais ye’kwana sobre o tempo da origem do mundo, as wätunnä, nas quais as interações com animais inspiraram as pinturas no corpo.
Indígenas na Universidade
Como forma de celebrar os dez anos da sanção da lei 12.711 de 2012, a Lei de Cotas, o Espaço do Conhecimento promove, no dia 27, às 10h, mais uma edição do projeto Educação na Praça. No encontro será realizado um debate sobre a presença indígena na Universidade e os desafios para a construção de um diálogo de saberes. Três estudantes indígenas vão compartilhar com o público (professores do ensino básico e estudantes dos cursos de licenciatura) reflexões sobre suas trajetórias e experiências. 40 vagas serão disponibilizadas e as inscrições prévias podem ser realizadas por formulário eletrônico, para garantia de certificado.
Quantos céus?
Na programação virtual, que será transmitida no canal do Espaço no YouTube, o projeto Descobrindo o Céu realiza, no dia 11, às 17h, uma live especial para o Agosto Indígena. Com o tema Quantos céus tem no céu?, o objetivo é discutir e mostrar diferentes interpretações, feitas por povos indígenas brasileiros, da configuração das estrelas no céu.
Encerrando a programação, no dia 30, às 19h, o museu vai promover mais uma live do Papo em Pauta, com foco na temática indígena e nos saberes científicos. As convidadas são Simone Xakriabá, formada em Enfermagem pela UFMG, e Taís Cruz dos Santos, tupinikim da Aldeia Pau Brasil, em Aracruz, Espírito Santo, e estudante do curso de Medicina da UFMG. A mediação será feita pela professora Livia de Souza Pancrácio de Errico, do Departamento de Enfermagem Materno-infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG. Comentários e perguntas podem ser enviados para o perfil do museu no Instagram.
Mais informações estão disponíveis no site do Espaço do Conhecimento UFMG e em suas redes sociais.