Pensador quilombola, que morreu em 2023, fez a conferência de abertura da edição 2020 do Festival de Inverno

Estudantes da UFMG escreveram um livro em homenagem a Nêgo Bispo. A obra Existências crônicas é fruto de reflexões sobre a racialização da existência despertadas por uma lista de bibliografias, majoritariamente negras, ofertada, em 2024, em uma disciplina na pós-graduação em Direito da UFMG.

A equipe da TV UFMG entrevistou dois autores do livro que relatam como se deu o processo da escrita. Assista aqui (equipe: produção, reportagem e edição de conteúdo - Soraya Fideles; imagens - Samuel do Vale e Ângelo Araújo; edição de imagens - Katharinne Honorata; transporte - Eudes Catizane).

Morto em dezembro de 2023, Nêgo Bispo foi uma das principais vozes do pensamento das comunidades tradicionais do Brasil. Ele viveu no Quilombo do Saco-Curtume, no Piauí, e foi poeta, escritor, professor, ativista político e militante do movimento social quilombola e de direitos pelo uso da terra, tendo se notabilizado como um dos principais críticos do modo como os povos originários (indígenas) e os afrodiaspóricos são tratados no Brasil. “Sempre fomos tratados de forma coisificada. Os indígenas são vistos historicamente como selvagens, e os afro, como pertencentes a organizações criminosas”, afirmou Bispo, em 2020, durante a conferência de abertura do Festival de Inverno, que teve cobertura do Portal UFMG.