Grupo planeja desenvolver probiótico para combater verminoses entre os indígenas xacriabá

Depois de seis anos, o time iGEM UFMG-UFV prepara-se para participar da maior competição de biologia sintética e de engenharia genética do mundo. A iGEM Global 2022 (International Genetically Engineered Machine), promovida todos os anos pelo Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), desafia estudantes a desenvolverem projetos capazes de solucionar problemas. Mais de sete mil pessoas são esperadas no Grande Jamborre, que será realizado de 20 a 23 de outubro, em Paris. 

O projeto do iGEM UFMG-UFV, ainda em fase inicial, propõe novo método de tratamento para parasitoses, doenças endêmicas e negligenciadas que afetam as comunidades vulneráveis. A ideia é desenvolver probiótico geneticamente modificado para combater verminoses e desnutrição que atingem a população indígena da etnia Xakriabá, em São João das Missões, no Norte de Minas. A equipe se deslocará até o município mineiro para uma conversa com os caciques e familiares, visando a uma troca entre os saberes tradicionais e científicos. Outro diferencial do projeto é ofertar cursos na área de biotecnologia e desenvolver ação social com profissionais da saúde nas comunidades indígenas de São João das Missões. 

Os testes serão feitos no Laboratório Idea Real, no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Na página da equipe no Instagram, um quiz instiga a curiosidade dos internautas sobre qual será a área do projeto a ser apresentada na competição internacional em Paris. Mas o spoiler pode ser visto em vídeo da TV UFMG, no qual os integrantes do time Paulo Muniz e Laene Schreiber e a coordenadora do laboratório Idea Real, Liz Fecoreli, falam um pouco mais sobre a empreitada:

iGEM na UFMG

No contexto da UFMG, o iGEM surgiu em 2013, por iniciativa da professora Liza Figueiredo Felicori, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB. Desde então, três times participaram da competição naquele ano, em 2014 e 2015. A equipe de 2022 reúne 15 estudantes da própria UFMG e das universidades federais do ABC, de São João del-Rei, de Viçosa e de Ouro Preto. 

Equipe de reportagem: Soraya Fideles (produção), Márcia Botelho (edição de imagens) e Flávia Moraes (edição de conteúdo).