Estudo da UFMG conclui que lutas das mulheres migrantes são transnacionais

“Aqui tem ciência”, da Rádio UFMG Educativa, aborda tese da ciência política sobre migração feminina no Brasil e na Argentina

Mais do que espaços de mobilização política, coletivos de migrantes possibilitam a criação de vínculos afetivos entre participantes, por meio dos quais as mulheres constroem redes de apoio longe de seus países de origem. Essa é uma das constatações de pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFMG pela jornalista Paula Dornelas, sob orientação da professora Marlise Matos e coorientação da professora Adriana Piscitelli, do Núcleo de Estudos de Gênero (Pagu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Durante o doutorado, Dornelas investigou a articulação entre mulheres migrantes de países do sul global, especialmente no Brasil e na Argentina, para ter acesso a políticas públicas e enfrentar problemas como xenofobia, racismo e violência de gênero. “Muitas mulheres migrantes trazem pautas dos seus países de origem para serem debatidas, para virarem um tema de luta e serem amplificadas no país de destino. Isso é um potencial, é algo muito marcante dentro dos ativismos dessas mulheres, desses feminismos migrantes”, analisa a pesquisadora.

A pesquisa envolveu trabalho de campo em três capitais brasileiras: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, de outubro de 2022 a julho de 2023, e em Buenos Aires, na Argentina, de agosto de 2023 a janeiro de 2024. Nas quatro cidades, Dornelas acompanhou coletivos de migrantes e entrevistou 24 mulheres pertencentes a esses grupos, além de seis mulheres que atuam com a pauta da migração, como gestoras públicas, pesquisadoras, professoras e integrantes de organizações não governamentais. Foram mais de 50 horas de entrevistas gravadas que resultaram em cerca de 750 páginas transcritas, em português e espanhol.

O estudo de Paula Dornelas recebeu financiamento através da bolsa Capes/ProEx durante o doutorado da pesquisadora e Capes PrInt durante seu doutorado sanduíche.

Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do Aqui tem ciência, programa da Rádio UFMG Educativa.

Raio-x da pesquisa: 

Título: Uma potência de transformação: feminismos migrantes e lutas transnacionais no contexto das migrações Sul-Sul 

O que é: tese de doutorado que aborda a articulação entre mulheres migrantes de países do sul global, especialmente no Brasil e na Argentina, para ter acesso a políticas públicas e enfrentar problemas como xenofobia, racismo e violência de gênero.

Autora: Paula Dornelas

Orientadoras: Marlise Matos e Adriana Piscitelli

Programa de Pós-graduação: Ciência Política

Aqui tem ciência 

O episódio 185 do Aqui tem ciência tem produção de Júlia Rhaine, edição e apresentação de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida na Universidade.

O programa vai ao ar na frequência 104,5 FM e na página da emissora, às segundas, às 11h, com reprises às sextas, às 20h, e pode ser ouvido também em plataformas de áudio como Spotify e Amazon Music.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG