Estudo da UFMG vai avaliar aspectos da saúde mental de atletas de elite brasileiros antes e após as Olimpíadas

Estudo realizado por pesquisadores da UFMG e da Universidade Federal de Viçosa avalia os impactos do isolamento social na saúde mental de atletas de alta performance brasileiros. Foram avaliados índices como os níveis de ansiedade, qualidade do sono e qualidade de vida desses indivíduos. O objetivo é comparar os dados antes e após as Olimpíadas de Tóquio, que serão realizadas entre os dias 23 de julho e 8 de agosto, na capital japonesa.

O trabalho é realizado com base nos índices de 206 atletas, sendo 116 homens e 90 mulheres, de esportes coletivos e individuais. O trabalho leva em conta o tempo dedicado a treinamentos físicos antes e durante a pandemia, além da aplicação de questionários que avaliaram sintomas de ansiedade, qualidade do sono e humor.

De acordo com o estudo, o isolamento social causado pela pandemia de covid-19, reduziu as horas diárias dedicadas aos treinamentos e o número de sessões semanais dos atletas de elite. Os dois grupos (atletas de categorias individuais e coletivas) apresentaram índices relevantes de ansiedade. 77,68% dos atletas de modalidades individuais e 71,42% dos atletas de esportes coletivos apresentaram traços médios de ansiedade. Os índices de ansiedade foram considerados altos para 22,31% dos atletas de esportes individuais e 28,57% para atletas de esportes coletivos.

“O estado de ansiedade é comum entre os atletas. Os atletas de alto nível apresentam isso, principalmente quando se chega próximo aos eventos, e tentamos regular isso nas estratégias de manutenção da saúde mental. Nós percebemos que tem um certo aumento de ansiedade, mas não chegou a níveis preocupantes”, explica Guilherme Pussieldi, pesquisador do Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa e um dos autores do trabalho.

A ideia da pesquisa é avaliar como será o pós-olímpico dos atletas. “Como é uma amostra grande e nós já temos um grupo pré-determinado, com os questionários dessa primeira fase, queremos ver se, futuramente, esse comportamento foi modificado”, completa o pesquisador.

Assessoria de Imprensa UFMG

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