Estudo liderado pela EBA UFMG e pela Universidade de San Martín será apresentado em evento
Pesquisa sobre arte concreta une Brasil e Argentina
Os resultados da primeira parte de uma ampla investigação sobre a arte concreta que floresceu nas décadas de 40 e 50, na Argentina, e na de 60, no Brasil, serão apresentados em evento organizado pelo Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), da Escola de Belas Artes, pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e pela Getty Foundation.
O seminário internacional Arte Concreta e vertentes construtivas: teoria, crítica e história da arte técnica ocorrerá de 26 a 30 de junho, no CAD 2, campus Pampulha, e contará com a presença de representantes da Associação Internacional de Críticos de Arte, do MoMA de Nova York, do Museum of Fine Arts de Houston (EUA), da Getty Foundation e da Universidad Nacional de San Martín, da Argentina.
As inscrições para o seminário seguem até o dia 20 de junho, e podem ser feitas no site da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – Fundep. Mais informações estão disponíveis na página do evento.
A pesquisa Concrete art in Argentina and Brazil é liderada pelo professor Luiz Souza, coordenador do Lacicor UFMG, e por Fernando Marte, da Universidad de San Martin. O estudo é desenvolvido com base na Coleção Patricia Phelps de Cisneros, que abriga grande variedade de obras concretistas latino-americanas, e ampara-se na linha História da Arte Técnica. "Ela mescla conhecimentos tradicionais de história da arte com métodos físicos e químicos de análise, e o Lacicor é pioneiro nessa área no Brasil", afirma Souza. Além dos grupos de Brasil e Argentina, o estudo envolve o Getty Institute (EUA), dos Estados Unidos.
Pesquisa bibliográfica
A primeira parte do trabalho foi dedicada à análise de 39 obras de artistas como Lygia Clark, Hélio Oiticica, Waldemar Cordeiro e Aluísio Carvão. Também foi desenvolvida extensa pesquisa bibliográfica sobre a indústria química e a história da arquitetura, que contribuiu para contextualizar o movimento artístico dos pontos de vista histórico e social. “Entrevistas foram conduzidas com famílias de artistas e até mesmo com alguns dos artistas ainda vivos; estas foram as fontes mais válidas do projeto, provendo comparações e pontos de referência para os achados e as análises científicas”, relatam os professores no texto de apresentação do trabalho, disponível aqui.
Esta é a primeira pesquisa sistemática sobre o movimento da Arte Concreta na América Latina. Agora, os pesquisadores pretendem debruçar-se sobre a história das tintas no Brasil no século 20, com base em análises de remoção e repintura de igrejas históricas e de pinturas residenciais no início do século passado. O objetivo, além de ampliar o conhecimento histórico, é compreender melhor os riscos de deterioração das obras e as formas mais apropriadas de conservá-las.
No fim de 2015, a UFMG sediou evento sobre as técnicas e materiais usados pela arte concreta no Brasil. O assunto foi abordado em matéria do Boletim UFMG.