Estudo realizado por pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG vai avaliar condições de saúde de moradores de Belo Horizonte
Moradores receberão mensagem via SMS, com um link de acesso para responder um questionário digital na internet, ou ligação telefônica
Um estudo inédito, desenvolvido por pesquisadores do Grupo de Estudos em Inquéritos Populacionais de Saúde (GEIPS) da Escola de Enfermagem da UFMG, vai monitorar características e comportamentos de saúde associados a Doenças Crônicas Não Transmissíveis da população de Belo Horizonte igual ou acima de 18 anos.
Os moradores selecionados para participar da pesquisa serão contatados por meio de convites, via mensagem SMS, com um link de acesso para responder um questionário digital na internet ou diretamente por um entrevistador para participação por entrevista telefônica.
O coordenador do estudo e professor do Departamento de Nutrição da EEUFMG, Rafael Moreira Claro, ressalta que as doenças crônicas não transmissíveis, como doenças do coração, diabetes, câncer e doenças pulmonares emergem como a principal causa de adoecimento e morte no Brasil, além de impactar a gestão dos serviços de saúde. “O Ministério da Saúde acaba de divulgar os resultados do Vigitel 2023 (estudo realizado também com participação dos nossos pesquisadores), tratando de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas entre adultos das capitais dos estados e Distrito Federal. Os resultados iniciais apontam importantes repercussões para a população de Belo Horizonte. O excesso de peso e a obesidade afetam grande parte da população (respectivamente, 57,9% e 20,7%), assim como outras doenças crônicas como a hipertensão arterial (28,5%), o diabetes mellitus (8,7%) e a depressão (17,4%). Sabe-se que a ocorrência dessas doenças está intimamente relacionada a quatro grupos de fatores de risco comportamentais e modificáveis: tabagismo, consumo de álcool, alimentação inadequada e prática insuficiente de atividade física”.
O professor enfatiza, ainda, a importância da participação dos moradores da capital mineira no estudo. “A participação é anônima e dura cerca de 10 minutos. Um dos exemplos de mensagem que será enviada é: A UFMG está conduzindo uma pesquisa sobre a saúde dos moradores de BH. Clique no link e colabore com o estudo. Não são perguntadas informações sensíveis dos participantes (como renda, endereço ou número de CPF ou RG). O questionário completo do estudo pode ser conhecido aqui e trata especialmente dos hábitos de vida relacionados à saúde. A participação da população vai permitir o aprofundamento do conhecimento em relação a esses hábitos de vida, assim como influenciar programas, políticas e ações destinadas a melhoria da saúde e qualidade de vida da população”, explicou.
Dados sobre tabagismo, álcool, alimentação e atividade física
Segundo os dados do Vigitel, 9,6% da população adulta de Belo Horizonte é fumante, enquanto cerca de um a cada quatro belo-horizontinos (22,4%) consome álcool de forma abusiva. Quanto à alimentação, cerca de um a cada cinco belo-horizontinos (18,8%) consome grande quantidade de alimentos ultraprocessados e 13,5% consomem refrigerantes ou bebidas adoçadas em cinco ou mais dias da semana. Já em relação à prática de atividade física, enquanto menos da metade da população pratica alguma atividade física em seu tempo livre (40,1%), dois a cada três belo-horizontinos (64,5%) passam mais de três horas por dia em frente a telas (vendo TV ou em computadores, celulares ou tablets).