Estudo UFMG: covid-19 durante a gestação não aumenta o risco de suspeita de atraso do desenvolvimento no primeiro ano de vida

A pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG que está acompanhando filhos de mães que tiveram covid-19 durante a gravidez apresentou novos resultados. Após 12 meses de acompanhamento, o estudo não identificou associação entre a infecção e a suspeita de atraso no desenvolvimento infantil. Em outra análise, os pesquisadores perceberam maior risco para as crianças quando a mãe foi infectada no primeiro trimestre da gestação.

Foram analisados 224 lactentes expostos ao vírus durante a gestação e 225 que não foram expostos. “Não encontramos nenhuma associação entre a exposição gestacional ao vírus e os desfechos do neurodesenvolvimento”, afirma a pediatra e pesquisadora Gabriela Pinheiro. As crianças foram recrutadas no momento do teste do pezinho, quando mães e filhos coletaram sangue para pesquisa de anticorpos contra o SARS-CoV-2. Famílias de Contagem, Itabirito, Nova Lima, Ipatinga e Uberlândia participaram da pesquisa.

Os pesquisadores comparam as crianças expostas ao vírus na gravidez com o grupo controle (que não foram expostas). Não houve diferença significativa entre os grupos. A presença de sintomas da covid-19 na gestante também não esteve relacionada ao desenvolvimento infantil.

Nos casos em que foi possível identificar o momento em que a infecção materna ocorreu, a equipe analisou o impacto para cada trimestre. Foi demonstrado que a infecção no primeiro trimestre da gestação esteve associada a um maior risco de suspeita no atraso do desenvolvimento aos 12 meses de idade do que quando a infecção aconteceu no segundo ou terceiro trimestre de gestação. Ou seja, esse período é mais preocupante para as gestantes e deve ser observado pelos gestores públicos.

Dois fatores de risco para atraso do desenvolvimento foram identificados: a suspeita de depressão materna e o parto cesárea. Uma das conclusões do estudo mostra que é imprescindível reconhecer que o contexto da pandemia tem o potencial de afetar negativamente o desenvolvimento infantil, embora os estudos disponíveis até o momento não tenham conseguido isolar completamente o efeito do vírus dos determinantes ambientais.

Leia a matéria completa no site da Faculdade de Medicina.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG

3134099133