Estudo UFMG: probabilidade de controle inadequado de diabetes tipo 2 é maior entre mulheres pretas
Pesquisa da Faculdade de Medicina revela ainda que chance é duas vezes maior entre homens negros do que em mulheres brancas
Comparadas às mulheres e homens brancos, mulheres pretas têm maiores chances de apresentarem controle inadequado de diabetes tipo 2, seguidas de mulheres pardas e homens negros (pretos e pardos). É o que indica a tese de doutorado de Gisseila Garcia, defendida na Faculdade de Medicina da UFMG. O estudo mostra que mulheres negras (pretas e pardas) e homens pretos apresentam mais do dobro da chance de controle glicêmico inadequado depois de nove anos de acompanhamento.
A literatura especializada aponta um pior controle glicêmico para as mulheres, de uma forma geral, devido principalmente a fatores biológicos ou endócrinos das mulheres. Contudo, o presente estudo mostra que, além das mulheres pretas e pardas, o controle glicêmico de homens pretos também não é muito favorável.
Ao longo dos anos, todos os grupos tiveram um maior descontrole nos níveis de índices glicêmicos, com mais evidência nas mulheres pretas. Na análise, as chances de controle inadequado foram maiores para pretos e pardos, tanto homens quanto mulheres. O grupo com menos prevalência de diabetes tipo 2 no estudo foi o de mulheres brancas.
O estudo também concluiu que não há grandes diferenças de predisposição para a diabetes quando se trata da análise entre homem branco e mulher branca. Uma vez que o recorte de raça é incluído, mais uma vez o consenso hegemônico é quebrado, visto que mulheres deveriam ter mais chances que homens.
Colorismo
O colorismo é uma teoria dentro dos estudos raciais que entende que pessoas negras podem sofrer diferentes níveis de racismo na sociedade, a depender de como são lidos socialmente. Parte do pressuposto de que quanto mais retinta uma pessoa é, mais exclusão e discriminação ela irá sofrer. Sendo assim, negros são divididos entre pretos e pardos, sendo pardos pessoas de pele mais clara e que experimentam maiores privilégios sociais, ao contrário de pessoas com peles mais escuras e traços marcantes.
Leia a matéria completa no site da Faculdade de Medicina da UFMG.