Evento 'Mulheres na Ciência' debate a violência contra a mulher no país
Encontro promovido pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) reúne especialistas que apresentam o tema em diferentes perspectivas
Violência contra a mulher é o tema da próxima edição do projeto Mulheres na Ciência, marcada para o dia 21 de outubro, às 15h. Deborah Malta, professora da Escola de Enfermagem da UFMG; Ludmila Ribeiro, do Departamento de Sociologia da UFMG; Juliana Maggi Lima, integrante da Comissão Permanente da Mulher Advogada da OAB-SP, e Lettycia Vidal, fundadora da Gestar, plataforma que atua no combate da violência obstétrica, discutem as diferentes faces da violência no contexto feminino. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela plataforma Sympla. O encontro será on-line, via YouTube da Fundep e State simultaneamente (State - https://www.youtube.com/c/STAT... / Fundep - https://www.youtube.com/c/FundepOficial).
Os encontros do projeto Mulheres na Ciência são promovidos pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) e pelo State Innovation Center, hub de inovação localizado em São Paulo (SP). O Biotechtown, hub de inovação voltado exclusivamente para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios nas áreas de Biotecnologia e Ciências da Vida, é parceiro da iniciativa.
“A discussão é importante porque trata da violência que, muitas vezes, passa despercebida em nosso cotidiano, como os assédios morais, as piadas machistas, os comentários sobre a aparência feminina e também a desvalorização das mulheres que ocupam o cargo de chefia, que são descredibilizadas”, explica a professora Ludmila Ribeiro, pesquisadora no Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG.
Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas é uma das prioridades da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável preconizada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015. Entre os 17 objetivos globais, foram incluídas metas para o alcance da igualdade de gênero e, assim, apoiar mulheres e meninas.
As estatísticas evidenciam como o alcance dessas metas desafia o Brasil. Segundo a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, apenas no primeiro semestre de 2022, foram 31.398 denúncias e 169.676 violações que envolvem a violência doméstica contra as mulheres. Dados levantados pela professora Deborah Malta e seus orientandos mostram que, no país, 41% das mulheres sofreram violência psicológica e mais de 27% sofreram violência física do parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida. A pesquisa teve como amostra representativa a cidade de São Paulo e 15 municípios da Zona da Mata de Pernambuco.
“Estamos diante do desafio de alcançar os objetivos propostos pela ONU, considerado a violência institucionalizada na nossa sociedade, como o machismo e a misoginia, que tem ampliado nos últimos anos. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS – 2019) apontou que 19,3% das mulheres sofreram algum tipo de violência, seja psicológica, física ou sexual, portanto, combater a violência contra a mulher é um dever do Estado. Temos que proteger meninas e mulheres e avançar nesse sentido”, avalia a professora da Escola de Enfermagem da UFMG Deborah Malta.
Conheça as participantes da 9ª edição da iniciativa Mulheres na Ciência:
Deborah Malta | Escola de Enfermagem da UFMG
Deborah é médica, professora associada da Escola de Enfermagem da UFMG e pesquisadora na Universidade e na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Ela é pós-doutora em Avaliação em Saúde e doutora em Saúde Coletiva. Compõe o comitê científico do Global Burden of Disease (GBD) em Seattle (EUA), coordena o Grupo de Pesquisa do GBD Brasil e o Observatório de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, pesquisa sobre o tema de violências contra mulheres, com apoio da Fundação Gates. Foi diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde por 12 anos, coordenando os Inquéritos nacionais (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, Vigitel, Pesquisa Nacional de Saúde (2013) e Vigilância de Acidentes e Violências e o Plano DCNT no Brasil, 2011-2022.
Juliana Maggi Lima | Comissão Permanente da Mulher Advogada da OAB-SP
Bacharel em Direito pela PUC-SP. Mestra em Direito Civil pela USP. Especialista em Direito de Família e Sucessões pela EPD e em Direito da Família pelo Centro de Direito da Família da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (curso de inverno). Sócia de DBML Advocacia. Atualmente, é membra da Comissão Permanente da Mulher Advogada da OAB-SP, membra da Primeira Turma Julgadora do Conselho de Prerrogativas da OAB-SP, membra da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB-SP e orientadora Sênior do Centro de Assistência Judiciária Saracura (CAJU) da FGV.
Lettycia Vidal | Gestar
Lettycia é publicitária, doula e educadora perinatal. Tem experiência nos mercados de marketing digital e de saúde materno infantil. Fundou a Gestar, plataforma que atua no combate à violência obstétrica, a partir da dor que sua família vivenciou quando sua mãe sofreu violência obstétrica no parto de seu irmão mais novo, a partir de então esse passou a ser o tema de estudo dela.
Ludmila Ribeiro | Departamento de Sociologia da UFMG
É professora associada no Departamento de Sociologia e pesquisadora no Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), ambos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), mestrado e graduação em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro e graduação em Direito pela UFMG. Foi pesquisadora visitante na University of Florida, na University of Groningen e na Texas State University. Já coordenou diversas pesquisas sobre homicídios, políticas de segurança pública, padrões de policiamento e justiça criminal, financiadas por organismos nacionais e internacionais, além de ter atuado como consultora do PNUD. É editora da Revista de Estudos Empíricos em Direito, assistente na editoria da Revista Brasileira de Segurança Pública e bolsista de produtividade nível PQ2 do CNPq. Suas principais publicações estão relacionadas ao funcionamento do sistema de justiça criminal; policiamento comunitário e políticas de segurança pública.
Mediação:
Luana Aquino | Head de Comunicação do State Innovation Center
Luana é a responsável pelo núcleo de comunicação do State Innovation. É comunicadora, empreendedora social e cultural, também tem experiência profissional como jornalista com passagens pelos setores de: TI e telecomunicações, jornalismo esportivo, webjornalismo, TV, marketing, branding e relações públicas.
Serviço:
Data: 21 de outubro | Horário: 15h às 16h30
O encontro será on-line, via YouTube da Fundep e State simultaneamente.
State - https://www.youtube.com/c/STAT...
Fundep - https://www.youtube.com/c/Fund...
Inscrições gratuitas - Sympla: https://www.sympla.com.br/even...