Exposição na Biblioteca Central resgata a memória do ensino e pesquisa no ICEx e no Colégio Técnico da UFMG
Balanças, amperímetros e medidores de fusão, utilizados no ensino de física e química na UFMG, estão entre os instrumentos expostos na Biblioteca Central até dia 28 de setembro. Datados de 1940 a 1990, esses aparelhos integram a exposição Ciência e Tecnologia. Patrimônio Cultural: Memória do ensino e pesquisa no ICEx e no Coltec através de seus equipamentos que pode ser apreciada no saguão da Biblioteca central, no campus Pampulha, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 22h. Informações pelo telefone (31) 3409- 5521. Fotos aqui.
A iniciativa é de um grupo de professores do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) e do Colégio Técnico da UFMG (Coltec) que, ao constatar o número significativo de aparelhos de ensino e pesquisa descartados inadequadamente, se uniu em busca do resgate e preservação desses materiais e das práticas educativas a eles relacionadas.
“Percebe-se que, na medida em que se aprimora a tecnologia dos equipamentos de ensino, há uma perda das habilidades práticas exigidas aos estudantes, como, por exemplo, a habilidade de aferir uma balança. Ao resgatar a história desses equipamentos, é possível recuperar a memória dessas práticas”, aponta o professor Eliezer Costa, do Coltec. A curadoria da mostra é dele e dos professores Isolda Mendes, Isabel Fortes e Alexandre Melo (Departamento de Química). Eles contam com o apoio do professor Elmo Salomão (Departamento de Física) e da restauradora Luiza Brito (Escola de Belas Artes).
Além de divulgar a história dos equipamentos de ensino e pesquisa do ICEx e do Coltec, a mostra visa reforçar a importância dos centros de memória e museus para preservar o patrimônio material e imaterial da Universidade. “Queremos ampliar o conceito de patrimônio cultural. A UFMG é patrimônio cultural e todas as pessoas, documentos e objetos que contribuem para a construção da história da Instituição também fazem parte desse patrimônio”, afirma a professora Isolda Mendes.
Gente que faz história
Marcos Antônio Nicacio, professor recém-aposentado do Coltec, se emocionou ao reconhecer, na exposição, alguns dos equipamentos por ele utilizados no ensino de química. Ele conta que muitos deles foram adquiridos via convênio da UFMG com o Conselho Britânico, firmado na inauguração do Colégio Técnico em 1969.
Marcos recorda, saudosista, o grande investimento e valorização que se dava, na época, às oficinas, práticas laboratoriais e aos projetos que fomentam o contato dos alunos com o meio ambiente e com a comunidade, tal como o “Projeto Educação Ambiental em Caparaó: proposta de construção de uma comunidade de aprendizagem”, do qual ele fez parte desde o início, na década de 70, quando o nome ainda era “Projeto Cultura e Natureza”. “Iniciativas como esta valorizam o contato com o meio ambiente, a superação de limites, o trabalho em equipe e a formação de grupos, mas isso infelizmente vem se perdendo ao longo dos anos”, pontua.