Exposição que resgata luta antimanicomial pode ser vista até sexta-feira no mezanino da Reitoria UFMG
A exposição Follia, que propõe uma narrativa da loucura sob as óticas da arte, da literatura, da memória e da história, pode ser visitada até a próxima sexta-feira, dia 9 de junho, no mezanino da Reitoria, campus Pampulha. O trabalho foi estruturado por alunos do sexto período do curso de Museologia da Escola de Ciência da Informação, sob a coordenação das professoras Verona Campos Segantini e Jussara Vitória de Freitas.
A mostra, desdobramento da V Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, realizada no mês passado, revive aspectos históricos e políticos da luta antimanicomial no Brasil. A pesquisa que resultou na exposição contou com a participação de trabalhadores, familiares e usuários dos serviços de saúde mental.
A exposição pode ser visitada das 8h às 22h. Confira aqui algumas imagens da exposição.
Literatura e loucura
Uma das seções promove a aproximação de personagens criados por Cervantes, Shakespeare, Machado de Assis, Lima Barreto e Guimarães Rosa. Os trechos apresentados revelam faces da loucura, como a rua e o hospício, a repulsa e a curiosidade, o abandono e a exclusão.
A parte memorialística reúne fotografias, impressos, programações de eventos e textos de jornais, como a famosa reportagem A sucursal do inferno, de José Franco, publicada na revista O Cruzeiro, em 1961, que denunciava os horrores do Hospital Colônia de Barbacena.
Outros ambientes resgatam a trajetória do psiquiatra Cezar Rodrigues Campos, ativista da luta antimanicomial, o próprio movimento pelo fim dos leitos psiquiátricos e os centros de convivência, que surgiram nos anos 1990 para garantir um serviço terapêutico socializador e inclusivo.