Faculdade de Medicina da UFMG é a primeira instituição do Brasil a usar marcador 18F-FES em exames Pet Scan para rastreio do câncer de mama
Objetivo é oferecer um melhor diagnóstico por imagem no rastreio do câncer de mama
A Faculdade de Medicina da UFMG, por meio do Centro de Tecnologia e Medicina Molecular (CTMM), é a primeira instituição brasileira a usar o marcador 18F-FES nos exames Pet Scan (PET CT) para rastreio do câncer de mama. Desde terça-feira, 26 de outubro, pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG têm acesso, de forma inédita, a um diagnóstico por imagem mais aprimorado. Ao mesmo tempo, contribuem com a Instituição na avaliação desse novo marcador na população brasileira, somando-se às pesquisas internacionais.
O professor Marco Romano-Silva, chefe do Departamento de Saúde Mental da Faculdade e coordenador do CTMM, explica que o exame PET, até o momento realizado com o marcador 18F-FDG, já tem benefícios importantes como identificar os locais de lesão do câncer de mama, contribuir no estadiamento das pacientes, tanto no estabelecimento e na localização de metástase, como no acompanhamento das respostas do tratamento. O 18F-FES pode ser ainda mais proveitoso, uma vez que é específico para rastreio do câncer de mama.
“O FDG capta muito pouco em alguns tipos de câncer de mama, por exemplo, quando o crescimento é mais lento. As células tumorais que gastam muita energia captam muita glicose e o FDG consegue identificar esse metabolismo acelerado, mas o 18F-FES consegue detectar mesmo os tumores pequenos e com metabolismo baixo”, pontua.
“Nosso trabalho é introduzir maneiras novas de fazer diagnóstico, de fazer pesquisa para demonstrar o que realmente faz diferença no diagnóstico. Então como instituição pública, de pesquisa e prestadora de serviços do SUS [Sistema Único de Saúde], visamos incorporar novidades que trazem mais benefícios para a população. E sermos os primeiros a oferecer o exame PET CT com marcador 18F-FES é muito emblemático na nossa missão de sempre procurar o melhor para o sistema público de saúde”, ressalta o professor Marco Romano-Silva
Pesquisa associada ao uso clínico
O Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é parceiro do CTMM nessa pesquisa para caracterizar o uso do 18F-FES na população brasileira e na oferta do uso clínico do novo marcador. O primeiro produz o radiofármaco e outro realiza a aplicação em pacientes com câncer de mama que têm indicação médica para seu uso.
“Como ainda não temos dados do uso desse marcador na nossa população, esse é outro fator importante. Também do ponto de vista de pesquisa internacional, já que quanto mais replicação de estudos existirem, melhor será para validar esse método, para se ter ideia das especificidades, se realmente é eficaz ao que se propõe”, completa.
De acordo com o professor, caso seja constatado que o uso do 18F-FES tem benefícios superiores ao marcador tradicional na população brasileira, ele pode ser incorporado no SUS. Poderá gerar economia ao sistema de saúde com diagnósticos mais precisos e economia no acompanhamento do tratamento, já que possibilitaria verificar se está ocorrendo o resultado ou não e modificar a estratégia terapêutica, caso necessário.
Como vai funcionar
Romano conta que a prioridade de atendimento do CTMM é o SUS, por isso, neste momento, serão as pacientes do Hospital das Clínicas da UFMG que terão a oportunidade do exame de rastreio do câncer de mama usando o 18F-FES. Para participar é necessário ter o encaminhamento e pedido médico do Setor de Mastologia do HC, além de preencher alguns critérios que serão informados pela equipe de saúde que acompanha a paciente e pela equipe da pesquisa.
O Centro de Tecnologia e Medicina Molecular continuará oferecendo os exames de rastreio com o FDG. Caso haja interesse de instituições particulares em exames PET Scan com algum dos marcadores é necessário entrar em contato com a equipe do CTMM pelo imagemolecular@gmail.com.
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