Faculdade de Medicina da UFMG participa de estudos da Pfizer que testa medicamento oral contra covid-19

Inscrições já estão abertas para voluntários com risco aumentado para infecção grave pelo coronavírus

A Faculdade de Medicina da UFMG foi selecionada como um dos centros, e o único em Minas Gerais, que participam dos estudos da Pfizer para testagem de uma medicação oral contra covid-19. Ao todo são três pesquisas que vão avaliar a segurança e eficácia do composto PF-07321332 na prevenção da infecção e dos sintomas causados pelo SARS-CoV-2 em grupos diferentes.

Essa medicação é um antiviral inibidor de protease, classe de drogas também utilizadas contra outros vírus como HIV e hepatite C, que impede a replicação completa do vírus. Isso faz com que haja uma redução da carga viral e, então, não ocorra agravamento da doença com manifestações mais sérias dos sintomas e o risco de morte.

Atualmente estão abertas as inscrições de voluntários para o primeiro estudo (1005) da Pfizer, com o objetivo de avaliar se a medicação reduz a duração e a gravidade da covid em pessoas recentemente diagnosticadas e que tenha risco aumentado para a forma grave da doença. Neste caso, podem participar pessoas não vacinadas e que não pretendem se vacinar durante a pesquisa, com pelo menos 18 anos e algum fator clínico como índice de massa corporal acima de 25, tabagismo, 60 anos ou mais de idade, diabetes, doença renal crônica, cardíaca ou pulmonar, imunossupressão ou algum câncer em atividade.

Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (31) 98109-1143 e e-mail cov3001.ufmg@gmail.com, apresentar o exame realizado nos últimos cinco dias com o resultado positivo para covid-19 ou apenas ter desenvolvido manifestações características da doença. Neste caso, a equipe responsável avaliará os sintomas e fará a testagem. Primeiramente eles serão recebidos no ambulatório São Vicente, do Hospital das Clínicas da UFMG, para coleta de exames e, posteriormente, na Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) da Faculdade de Medicina da UFMG.

Este é um estudo duplo cego, em que os voluntários são aleatoriamente atribuídos em um grupo que recebe a medicação avaliada ou em um grupo que recebe placebo. O tratamento é feito com duas doses diárias do composto PF-07321332 associado ao ritonavir (usado para aumentar o nível da droga ativa), por cinco dias seguidos. Já o acompanhamento terá duração de 24 semanas, com três visitas presenciais no primeiro mês e as demais consultas feitas por telefone.

A participação é gratuita e os voluntários serão ressarcidos com o custo de deslocamento. Embora a pesquisa planeje envolver cerca de 3 mil participantes totais, incluindo todos os centros mundiais, não há limite de recrutamento para a Faculdade de Medicina da UFMG. Mas, a previsão é que essa etapa se encerre ainda neste mês, com resultados finais em até seis meses após esse período.

“Esse é um dos primeiros estudos feitos com medicação oral e é um grande avanço que se soma as outras estratégias de intervenções, tanto preventivas quanto terapêuticas, contra o coronavírus. Uma vez comprovada a eficácia do medicamento, espera-se produção em larga escala e acesso universal, a exemplo de outras doenças infecciosas globais como HIV e tuberculose”, destaca o professor Jorge Andrade Pinto, coordenador dos estudos na Faculdade de Medicina.

A equipe responsável acrescenta que essa é uma oportunidade importante, pois a pessoa pode receber um tratamento fácil de ser seguido por ser oral, que potencialmente impede a manifestação dos sintomas da covid-19, ao mesmo tempo em que contribui em um esforço global para superar esta pandemia. Além disso, segundo Jorge Pinto, os antivirais de uso oral têm relevante potencial de escala, já que são mais fáceis de serem produzidas do que as vacinas, por exemplo, com menos exigências para armazenamento e manuseio. E isso permite aumentar as modalidades terapêuticas no combate ao coronavírus.

A medicação será a mesma testada em outros dois estudos da Pfizer em que a Faculdade de Medicina da UFMG também participa. No segundo estudo (1002), previsto para começar na segunda quinzena de outubro, a segurança e eficácia será em relação à população de baixo risco, incluindo pessoas já vacinadas. E o terceiro (1006) terá início até novembro, com o objetivo de verificar o composto em uso preventivo para pessoas que convivem com quem foi diagnosticado com covid-19.

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Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG

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