Fale UFMG realiza homenagem ao escritor mineiro Lúcio Cardoso
No dia 28 de setembro de 1968 falecia, no estado do Rio de Janeiro, um dos grandes nomes da literatura brasileira, Joaquim Lúcio Cardoso, ou apenas Lúcio Cardoso. Mineiro da cidade de Curvelo, Lúcio Cardoso é considerado expoente da literatura de cunho intimista e introspectiva, da década de 1930, ao lado dos romancistas Otávio de Faria e Cornélio Pena e do poeta Vinícius de Moraes.
50 anos depois de sua morte, a Faculdade de Letras (Fale), por meio do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários (Pós-lit) e do Acervo dos Escritores Mineiros (AEM), realiza, no próximo dia 14 de setembro, a jornada Lúcio Cardoso – 50 anos depois, em sua homenagem. O evento acontece no auditório 1007 da Fale, no campus Pampulha, com entrada gratuita. Mais informações pelo site www.poslit.letras.ufmg.br.
Mesas, conferências, debates compõem a programação da jornada, que terá a participação de professores da UFMG e de outras instituições, além do diretor Luiz Carlos Lacerda, que dirigiu e adaptou a obra Introdução à Música do Sangue, filme baseado em roteiro inacabado escrito por Lúcio Cardoso.
Sobre o autor
Lúcio Cardoso escreveu romances, peças, poesias e se expressou por meio das artes plásticas. Sua literatura é associada tanto à literatura psicológica quanto aos romances de cunho sociológico, que priorizam o questionamento da condição humana e de valores como o bem e o mal. Crônica da Casa Assassinada (1959), obra prima do escritor, é um dos livros mais cultuados da literatura brasileira, tendo sido traduzido para o francês, italiano e inglês.
Além disso, Cardoso também manteve colaboração ativa com a imprensa, escrevendo no jornal A Noite, nas décadas de 1940 e 1950, época que também marcou sua atuação como autor teatral. O envolvimento com o teatro abriu caminho para sua verdadeira paixão, o cinema, que o levou a escrever roteiros e até mesmo atuar como diretor.
Após ser impedido de escrever devido a um quadro de paralisia ocasionado por um AVC, o autor passou a dedicar-se à pintura, tendo realizado duas exposições antes de sua morte, aos 56 anos, vitimado por um segundo AVC. Seu talento foi reconhecido pela Academia Brasileira de Letras, que lhe conferiu, em 1966, o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
Programação
14/09 (sexta-feira)
9h30 – Conferência de abertura – Lúcio Cardoso leitor
Conferencista: Ruth Brandão (UFMG)
Mesa 1 – Sobre casas assassinadas
• Palestra A casa assassinada ou o paraíso perdido
Palestrante: Wander Melo Miranda (UFMG)
• Palestra Crônica da casa assassinada: o sentido do trágico
Palestrante: Gustavo Silveira Ribeiro (UFMG)
• Palestra Experimentos narrativos em torno do melodrama
Palestrante: Marília Rothier Cardoso (PUC-Rio)
Mesa 2 – Outros olhares
• Palestra Lúcio Cardoso e Otávio de Faria: cartas, traumas e amizade
Palestrante: Leandro Garcia (UFMG)
• Palestra O que olha por mim são sempre olhos de menino – O criador de imagens
Palestrante Andrea Vilela (UFMG)
• Palestra O cão e o crucifixo: Lúcio Cardoso um contista moderno
Palestrante: Valéria Lamego (PUC-Rio)
15h20 – Conferência de Encerramento – Balanço de Lúcio Cardoso 50 anos depois
Conferencista: Ésio Macedo (USP)
16h30 – Exibição de filme – Introdução à Música do Sangue
18h30 – Debate com Luiz Carlos Lacerda (diretor e roteirista)