Festa do Livro UFMG: lançamento coletivo de nove obras acontece nesta quarta-feira

Obras inéditas das editoras participantes do evento serão lançadas com bate-papo com autores e sessão de autógrafos

A Festa do Livro UFMG segue até 14 de março, das 9 às 19 horas, na Praça de Serviços do Campus Pampulha e recebe quase 70 editoras brasileiras e inúmeras atrações culturais gratuitas. O evento faz parte do 18º Festival de Verão UFMG.

Entre as atividades da programação do dia 13 de março, quarta-feira, acontece o lançamento coletivo de nove obras inéditas de editoras participantes da Festa do Livro. O evento ocorrerá a partir das 13 horas, na Praça de Serviços, e contará com a mediação da jornalista Jaiane Souza, produtora do programa Universo Literário da Rádio UFMG.

Avilendas (Estraladabão), de José Carlos Aragão
Com uma mistura de ciência e folclore, o autor tece uma narrativa poética das principais lendas sobre a origem de algumas aves brasileiras, muitas delas lendas indígenas.

Cidadania e racismo: por uma emancipação afropindorâmica do Brasil (Mazza
Edições), de Otavio Henrique Ferreira da Silva

Na obra, o professor da UFMG Otavio Henrique Ferreira da Silva discute a cidadania ante a condição do Brasil de país historicamente colonizado, bem como a relação da cidadania com as lutas emancipatórias contemporâneas, entre elas a luta antirracista.

Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo(Editora Malê), organizado por Constância Lima Duarte, Cristiane Côrtes eMaria do Rosário Alves Pereira

Dividido em cinco partes, este livro traz ensaios de pesquisadores que se debruçaram sobre os textos de Conceição Evaristo extraindo deles seus múltiplos significados, abordando temas como trauma e memória, o corpo negro e a magia da palavra. Conceição Evaristo, ao lado de outras escritoras afro-brasileiras contemporâneas, atualiza uma tradição que tem, no passado, referências como Maria Firmina dos Reis e Carolina Maria de Jesus e que vem ampliando o leque de possibilidades de participação da mulher negra na literatura.

Essa coisa viva (Todavia), de Maria Esther Maciel

Quando completa um ano da morte de sua mãe, que vivia no interior de Minas Gerais, uma botânica de renome internacional resolve pôr os pingos nos is de uma relação permanentemente marcada pela instabilidade, pela culpa e pelo rancor. Neste romance poderoso, a autora parte das “coisas” — plantas, objetos, insetos — para reconstruir o passado da protagonista. A mãe, centro das rememorações, foi uma mulher a um só tempo vítima de seu tempo e algoz da própria filha. Uma mulher que alardeava a própria infelicidade e que parecia não desejar a satisfação alheia — especialmente da filha, por quem nutria uma obsessão feita de reproches, cobranças, destruição da autoestima e desejos obscuros.

Liberdade e consequência (Editora Quixote + Do), de Ana Luísa Melo

Para qualquer um de nós, liberdade é um conceito óbvio, invocado em nome do individualismo e também como um direito humano fundamental. Ao nos aprofundarmos na questão, descobrimos que, por trás da palavra, se escondem inúmeras noções mais ou menos contraditórias. Se, por um lado, o lema da Revolução Francesa é “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, por outro, o mesmo conceito é apropriado por discursos fascistas. Em Liberdade e consequência, Ana Luísa Melo não se propõe a resolver essa contradição, mas nos convida a refletir em sua companhia para que, ao falarmos de liberdade, não defendamos “a falsa liberdade, que Paulo Freire tanto escreve sobre, do opressor que se nutre da miséria aprisionadora para manter a injusta ordem social”.

O que é memória? (Estraladabão), organizado por Fabiano Morais

Algumas pessoas dirão que a memória é tão pequena que pode caber dentro da mente, de um livro, de um celular, de um bilhete, ou mesmo de um barbante amarrado no dedo. Outras dirão que a memória é uma coisa tão grande que nela podem caber armários, bibliotecas, elefantes, histórias de vida, cálculos complexos, séculos de civilização e cidades históricas. A Editora UFMG convidou especialistas para responder a essa questão.

Canção sertaneja e política agrária durante a ditadura militar (Editora UFMG),de Marcela Telles Elian de Lima

A obra apresenta um traçado de compositores e intérpretes sertanejos entre 1964 e 1985, evidenciando artistas que ora se colocaram em defesa de uma efetiva redistribuição fundiária, ora a favor da crença na técnica e na cooperação entre as classes, sob a tutela das elites, como saídas para o desenvolvimento do país. A escolha pelas canções sertanejas como fonte para pensar o Brasil rural no referido período orientou-se pela aptidão dessa canção para despertar sentimentos. “Por meio de citações, alegorias, intertextualidades, melodias, performances e figurinos, [esses artistas] interpretaram esse país geograficamente fragmentado, politicamente diversificado, grande e complexo demais para uma única trilha sonora”, relata a sinopse da obra.

Duração: 1h

Local: Praça de Serviços do Campus Pampulha da UFMG

Bios dos componentes da mesa:

Ana Luísa Melo tem 32 anos, é mulher e brasileira, feminista, advogada, ativista, mestre em Direitos Humanos pela UFG, doutora em políticas públicas pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Pesquisa e trabalha com Inovação Social há oito anos e possui experiência em gestão de projetos socioambientais e empreendedorismo social. É cofundadora de diversas iniciativas do Brasil e Portugal e referência na proteção, conscientização e visibilidade dos direitos da população em situação de rua no mundo.

Claúdio Paixão é psicólogo clínico, mestre em Ciência da Informação, doutor em Psicologia Social, e professor da Escola de Ciência da Informação da UFMG. Atuou com Professor Residente no IEAT (Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares Avançados) da UFMG e fez o Estágio Pós-doutoral do Ibict (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Constância Lima Duarte é doutora em Literatura Brasileira, pesquisadora da literatura de autoria feminina pelo CNPq, professora de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da UFMG e coordenadora do Grupo de Pesquisa Mulheres em Letras. Publicou diversos livros, entre eles Nísia Floresta: vida e obra (1995; 2008); Mulheres em Letras: antologia de escritoras mineiras (2008); Mulheres de Minas: lutas e conquistas (coautoria, 2008); Dicionário de escritores mineiros (2010); Imprensa feminina e feminista no Brasil, séc. XIX (2018); Imprensa feminina e feminista no Brasil, séc. XX (2023); Memorial do memoricídio: escritoras brasileiras esquecidas pela história (2023), entre outros.

José Carlos Aragão nasceu no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. É bacharel em Artes Visuais pela UFMG e escreve livros e peças de teatro para crianças há mais de 30 anos. Avilendas nasceu de uma viagem do autor, que, pelo caminho, catalogou lendas e histórias sobre aves e passarinhos. É também um dos autores de O que é memória? (Estraladabão).

Marcela Telles Elian de Lima é doutora em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Coorganizadora dos livros Utopias agrárias (Editora UFMG, 2008); Poesia e prosa com Maria Bethânia: diálogos entre literatura e canção (Projeto República/UFMG, 2017) e Vozes do Brasil: a linguagem política na Independência (Edições do Senado Federal, 2020). Pesquisadora do Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória da UFMG.

Maria Esther Maciel é escritora e professora de Teoria da Literatura e Literatura Comparada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG). É mestre em Literatura Brasileira pela UFMG e doutora em Literatura Comparada pela mesma instituição, com Pós-Doutorado em Cinema pela Universidade de Londres. Suas publicações incluem os seguintes livros: As vertigens da lucidez: poesia e crítica em Octavio Paz; Vôo Transverso: poesia, modernidade e fim do século XX; A memória das coisas: ensaios de literatura, cinema e artes plásticas; O cinema enciclopédico de Peter Greenaway (org.), O livro de Zenóbia (ficção), O livro dos nomes (ficção), O animal escrito (ensaio) e As ironias da ordem (ensaios).

Otavio Henrique Ferreira da Silva é doutor e mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, no Departamento de Educação, Campus Helena Antipoff – Ibirité/MG e professor e coordenador do Mestrado em Segurança Pública e Cidadania – Faculdade de Políticas Públicas - FaPPGeN/UEMG. Líder do Grupo de Estudos Periféricos – GEP e membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas –NEABI/UEMG. Filiado à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPED e à Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN. Bolsista de Produtividade em Pesquisa – PQ/UEMG.

Sobre a Festa do Livro UFMG

A Festa do Livro aconteceu pela primeira vez em 2023, celebrando as dez edições da já consolidada “Feira Universitária do Livro da UFMG”. A proposta de mudança do nome acompanha a ampliação no formato do evento, que passa a incluir programações de celebração em torno do livro, nossa principal ferramenta de preservação do conhecimento.www.festadolivroufmg.com

Sobre o Festival de Verão UFMG

Criado em 2007, o Festival de Verão UFMG é realizado anualmente pela Pró-reitoria de Cultura da UFMG. A iniciativa visa oferecer ao público e à cidade de Belo Horizonte, durante as férias de verão, uma programação cultural que promova a interação dinâmica entre cultura e educação. Além do site, o Festival mantém perfis no Instagram, no Twitter e no Facebook, nos quais são publicadas atualizações da programação.https://www.ufmg.br/festivalde...

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa da Editora UFMG

http://www.editoraufmg.com.br/