Festival de Inverno da UFMG está com inscrições abertas para oficinas e residências
Evento acontece de 11 a 21 de julho, com o tema Memória: arte e patrimônio
Permanecem abertas, até 11 de julho, as inscrições para cinco residências artísticas e dez oficinas do 51º Festival de Inverno UFMG. A edição de 2019 busca dar visibilidade às políticas da Universidade para a área da cultura, sob o tema Memória: arte e patrimônio. As oficinas acontecem no Centro Cultural UFMG (Praça na Estação), Conservatório UFMG (Avenida Afonso Pena) e Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade). As inscrições são a preços populares, de 10 a 20 reais, e podem ser realizadas pelo site www.ufmg.br/festivaldeinverno, onde é possível conferir também a programação. Inscrições para as oficinas gratuitas deverão ser feitas no próprio evento.
Realizado pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG, o Festival de Inverno acontece entre os dias 11 e 21 de julho, com uma programação extensa que, além das oficinas e residências, inclui espetáculos teatrais, concertos musicais, shows, palestras e a 1ª Jornada de Estudos sobre Patrimônio Cultural Imaterial. As atrações culturais são gratuitas, exceto algumas sessões de Planetário.
A programação do Festival tem início em Tiradentes no dia 11 de julho e a abertura oficial será no domingo, 14 de julho, no Conservatório da UFMG, com show do Trio Corrente, grupo vencedor do Grammy e uma das principais formações instrumentais do país. O evento encerra as atividades integrando a programação da Virada Cultural de BH, nos dias 20 e 21 de julho.
Memória: arte e patrimônio
O tema do 51º Festival de Inverno UFMG foi inspirado nos debates recentes sobre patrimônio histórico, artístico, cultural e universitário, motivados tanto por catástrofes como os incêndios do Museu Nacional e do Museu da Língua Portuguesa quanto pelo questionamento de políticas públicas para o setor. “Nestes tempos em que a história parece ter entrado em transe, o Festival convida para que nos detenhamos a tratar de um tema urgente: a Memória. A abordamos por um viés duplo: arte a patrimônio, uma vez que queremos participar dessa discussão de forma mais propositiva e positiva, trazendo visibilidade a projetos e a todo um trabalho que a UFMG vem desenvolvendo nessas áreas”, explica o professor Fernando Antonio Mencarelli, diretor de Ação Cultural da UFMG.
A inserção do Festival no debate sobre a memória na arte e no patrimônio ocorre de maneira direta, já que o evento acontece em um conjunto de bens tombados da Universidade, como o Centro Cultural UFMG na Praça da Estação, o Conservatório UFMG na Avenida Afonso Pena, o Espaço do Conhecimento UFMG na Praça da Liberdade e o Campus Cultural UFMG em Tiradentes. “Nossos espaços culturais potencializam a interação entre cidade e universidade, oferecendo-se como lugar de encontro, formação, aprendizagem pelas artes e culturas, compartilhamento da excelência artística”, completa Mencarelli.
Oficinas e residências
A programação do Festival de Inverno se articulou ao conjunto de ações culturais que já são realizadas pela UFMG para apresentar atividades que abordam a importância da preservação dos diferentes tipos de memória. As residências e oficinas englobam várias manifestações artísticas, como danças urbanas, música, artes plásticas, audiovisual e teatro.
As oficinas são variadas, abordando desde o circuito de arte urbana do hipercentro de BH até a relação das pessoas com os patrimônios da capital mineira, passando por assuntos como impressão tipográfica e expografias em espaços alternativos. No Conservatório UFMG, algumas atividades serão ministradas por nomes de peso do cenário cultural nacional, como Mamour Ba, Trio Corrente e o Quinteto Villa-Lobos.
Residência em danças urbanas: a residência propõe apresentar alguns dos estilos de dança oriundos da cultura hip hop por meio da contextualização histórica, do conhecimento técnico e da experimentação coreográfica.
Residência em artes cênicas - reinventa – narrativas de si: o aluno irá desenvolver a arte de ouvir e relatar histórias, a partir da memória individual e social. Para isso, algumas técnicas de interpretação, improvisação, expressão vocal e corporal serão aplicadas, aliadas a dinâmicas narrativas e de integração com o grupo, por meio de jogos cênicos.
Residência em literatura - fragmentos de memória: arte e patrimônio: os alunos irão criar microcontos em torno do tema memória, arte e patrimônio, tendo como objeto os 30 anos de história do Centro Cultural UFMG e o edifício tombado em que ele funciona. Ao final, será realizada a edição, em tipografia, de uma seleção de microcontos produzidos na residência, com a participação do Coletivo 62 pontos, de pesquisa e produção gráfica.
Residência em música e teatro - som e gesto no palco: o objetivo da residência é desenvolver uma peça performática usando gestos e sons em condições iguais. O ritmo dos sons e das ações darão forma a uma criação coletiva e reflexiva, aproveitando o humor como ferramenta expressiva. Música e teatro serão misturados em uma única linguagem, trabalhando a teoria e prática ao mesmo tempo.
Residência em artes plásticas - memória, desenho e escrita: o desenho será ponto de partida para a criação de uma poética visual individual, na qual se propõe estimular e sensibilizar uma reflexão sobre os processos de afinidade e intimidade da memória das coisas. Durante os encontros, serão realizadas práticas de experimentações com o desenhar enquanto escrita e conversas sobre questões plástico-visual.
Brincadeiras, música e cena: nesta oficina serão propostas brincadeiras e canções tradicionais a partir do repertório do grupo Serelepe e dos próprios participantes. Além disso, serão construídos alguns instrumentos musicais com materiais reaproveitáveis para serem utilizados em cenas musicais. Experimentações cênico-musicais serão conduzidas com os participantes, explorando modos e ferramentas de criação do grupo Serelepe.
Expografia em espaços não-convencionais: oficina intensiva dirigida a profissionais, estudantes e acadêmicos que se dedicam a questões de curadoria, arquitetura e museologia em espaços diferentes daqueles dos museus e das galerias de exposição ditas convencionais. Serão realizados um conjunto de sessões teóricas em que se apresentam estratégias, ideias e conceitos para abordar e intervir em locais usualmente não explorados enquanto locais expositivos.
Introdução à impressão tipográfica: a oficina introduz a tipografia e seus processos, aproveitando o conhecimento que o coletivo 62 pontos possui e os materiais tipográficos existentes no Centro Cultural UFMG. Serão apresentados aos participantes, a linguagem e a técnica dos tipos móveis, a partir de uma abordagem contemporânea.
Na linguagem dos ritmos: o objetivo da oficina é ampliar o conhecimento básico da música orgânica, facilitando a aprendizagem instrumental e proporcionando a busca de sua própria identidade musical.
Prática instrumental e performance de música de câmara para sopros: direcionada a instrumentistas de sopro, a oficina será dividida em duas partes. Na primeira, cada músico do Quinteto Villa-Lobos irá ministrar um workshop sobre a estudos e práticas relativas a seu instrumento. Serão cinco workshops: flauta, oboé, fagote, clarineta e trompa. Na segunda parte, o quinteto irá abordar questões relativas a performance de música de câmara para quinteto de sopros, sobretudo música brasileira.
Produção fulldome: os participantes terão uma introdução sobre como produzir conteúdo audiovisual para fulldome - formato de vídeo arredondado que é projetado dentro de cúpula em planetários. Serão apresentadas as principais técnicas de produção para este formato ao grupo em um projeto prático e coletivo, com os temas sobre memória e patrimônio.
Um passeio pelo circuito de arte urbana e oficina de stencil: Priscila Amoni, uma das idealizadoras do Festival CURA – Circuito Urbano de Artes, guiará a turma pelas ruas do hipercentro da cidade, contando um pouco dos bastidores e do conceito dos dez murais (pinturas gigantes) nas fachadas dos edifícios do centro de BH, que foram pintados durante o festival. O passeio se encerra com uma oficina de stencil, ministrada pelo artista André, conhecido como Comum.
Visita mediada ao circuito cultural praça da estação: a oficina conduzirá os participantes a conhecerem detalhes importantes da história de Belo Horizonte, a partir dos monumentos arquitetônicos da Praça da Estação. Os prédios a serem visitados externamente são: Centro Cultural UFMG, CentoeQuatro, Centro de Memória da Engenharia, Monumento à Terra Mineira, Estações do CBTU, Vale – Vitória Minas, Central do Brasil, Oeste de Minas, Casa do Conde de Santa Marinha, Centro de Referência da Juventude, Serraria Souza Pinto, Edifício Chagas Dória e o Centro de Memória Ferroviária. A visita passa pelas ruas Caetés, Guaicurus e Sapucaí, pelos jardins da Praça Rui Barbosa, e pelos viadutos da Floresta e Santa Tereza.
Vivência de música instrumental brasileira: voltada para instrumentistas com interesse no repertório da música instrumental brasileira. Será dividida em duas partes: na primeira, cada músico do Trio Corrente irá ministrar um workshop sobre estudos e práticas relativas a seu próprio instrumento. Serão três workshops: piano, contrabaixo e bateria. Na segunda parte, o quinteto irá abordar questões relativas à prática em conjunto da música instrumental brasileira, passando por questões como estilo, arranjo, ritmo e improvisação.
Voco invoca dadá no tempo da avacalhação: oficina intensiva organizada em torno do legado textual, sonoro e plástico-visual do movimento dadaísta, lançado internacionalmente no Cabaret Voltaire (Zurique), há 103 anos. Por meio de exercícios vocais e corporais, explanações teóricas e conversas informais, os/as participantes prepararão um conjunto de performances que serão apresentadas ao público do Festival de Inverno da UFMG no mesmo dia, às 20h.