Festival de Verão UFMG será aberto hoje com orquestra e capoeiristas no mesmo palco e banquete no Centro Cultural UFMG
Alinhado à temática Desaplanar horizontes, que sugere perceber o mundo por outros ângulos e através do outro, o 13º Festival de Verão UFMG apresenta em sua abertura hoje, 11 de fevereiro, às 19 horas, o espetáculo Suíte Capoeira, concerto-performance que propõe uma reunião instigante de música popular, capoeiristas e orquestração no mesmo palco. A solenidade e a apresentação serão no Centro Cultural UFMG (Avenida Santos Dummont, 174, Centro). Após a apresentação, a partir das 20h, o banquete O Ajéum que nos une, preparado por Márcio de Azasú, será servido gratuitamente ao público. Enquanto prepara a refeição à base de canjica e camarão, Márcio irá interagir com o público, fazendo do jantar um momento de confraternização e reflexão. Não é necessário retirar ingressos para o evento, com entrada gratuita.
O 13º Festival de Verão da UFMG acontece de 11 a 14 de fevereiro no Centro Cultural UFMG, no Espaço do Conhecimento da UFMG e no Conservatório da UFMG, localizados na região centro-sul de Belo Horizonte. Além dos três espaços, haverá atividades ao ar livre no bairro Lagoinha, Praça da Liberdade e Viaduto Santa Tereza.
Suíte Capoeira
Composição do mineiro Rafael Calaça, ela começou a ganhar corpo em 2012, durante estudos com o Quarteto de Cordas U.A.I. (União dos Artistas Internacionais), formado por músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Desde então, a obra passa por um intenso processo de experimentação e ressignificação orgânica.
No palco, uma grande Roda de Capoeira (Patrimônio Imaterial da Humanidade) é alimentada por uma orquestra clássica, acrescida pelo brilho de diversos instrumentos da cultura africana, como atabaque, berimbau e agogô. Nesse cenário, Rafael explica que o espetáculo cria uma transversalidade entre percepções e histórias, ao azeitar de forma reinventiva a mistura entre erudito e popular.
"Desde o período clássico, as cordas são o que se tem de mais erudito. Os grandes compositores, Mozart, Beethoven, todos escreveram para cordas. Eu queria pegar esses polos. E a capoeira é uma coisa muito unificadora por si só. Ela abraça várias coisas. É uma arte muito transversal. É um jogo, é uma dança, é uma luta, é uma brincadeira. E tem uma questão cultural e histórica", diz o compositor.
O primeiro ato do espetáculo pode ser visto no vídeo abaixo:
Banquete
A palavra ajéum, no idioma iorubá, é a contração das palavras awa (nós) e jeun (comer), que significa "comer juntos", e refere-se a uma refeição comunal. Essa é a proposta da atividade O Ajéum que nos une, que terá início às 20h.
Na cerimônia, Márcio de Azansú vai preparar comidas com base nos preceitos relacionados aos rituais africanos, usando camarão, azeite de dendê, cebola ralada e arroz, entre outros ingredientes. "O banquete tem o objetivo de unir todos os profissionais envolvidos e os artistas convidados, além de abençoar as atividades do evento com a energia do amor e da sabedoria", anuncia o doté.
Com vestimentas tradicionais africanas, Márcio de Azansú também fará uma explanação ao público sobre as orixás. "Yemonjá é conhecida como a rainha do mar, e Oxum, a rainha das águas doces. Yemonjá é a deusa da inteligência, atributo que ela usa para unir os filhos. Oxum é a deusa do amor, e seus encantamentos visam à fertilidade", antecipa.