Fonoaudiologia UFMG busca novos voluntários para terapia indireta do Transtorno do Espectro Autista
Podem participar do estudo familiares e cuidadores de crianças com idade de dois a nove anos que tenham suspeita ou diagnóstico de autismo
A pesquisa desenvolvida pela estudante de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG Leonara Emanuelle Honório Silva, sob a orientação da professora Denise Brandão de Oliveira e Britto, recruta novos voluntários. As inscrições estão abertas até o dia 22 de agosto. O estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da terapia indireta na comunicação de crianças com suspeita ou diagnóstico de autismo.
Familiares e cuidadores de crianças de dois a nove anos de idade podem se inscrever pelo e-mail <fonoleonarahonorio@gmail.com> ou pelos perfis da pesquisadora nas redes sociais (Whatsapp: 37-988077056 e Instagram: fonoleonarahonorio).
O estudo foi realizado com uma primeira turma e, agora, terá sequência com outros voluntários. A primeira fase da pesquisa conta com questionários sobre a comunicação, história clínica da criança e sobrecarga do cuidador. Posteriormente, os participantes recebem orientações da pesquisadora e da professora sobre como promover um ambiente linguístico favorável para o desenvolvimento infantil.
Segundo Leonara Silva, o comportamento das famílias é avaliado antes e depois de repassadas as orientações, que ocorrem durante encontros mensais, em um período mínimo de cinco meses, para melhor adequação de estratégias que promovam mudança do comportamento e proposição de maneiras mais interessantes e assertivas para ajudar a criança.
A pesquisadora ressalta que as crianças mais novas têm mais facilidade de aprendizagem. Assim, quanto mais rápido começarem os estímulos de maneira adequada, melhor e mais rápido será o desenvolvimento e progresso da criança na comunicação. Por isso a necessidade de que os pais e cuidadores saibam como fazer isso.
“Nós realizamos os cinco encontros de orientações com um primeiro grupo de pais e cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo e observamos que uma das vantagens principais dos encontros foi a possibilidade do compartilhamento de informações e vivências. Os pais relataram que se sentiram acolhidos e à vontade para relatar o que passavam no que diz respeito à comunicação das crianças e, com isso, recebiam dicas dos outros pais que estavam participando dos encontros. Além disso, podemos ver que as informações fornecidas foram válidas e importantes para o desenvolvimento das crianças inseridas na pesquisa, uma vez que os pais adquiriram habilidade para identificar sinais sutis, principalmente da comunicação não-verbal de seus filhos e construíram estratégias de ampliação das possibilidades comunicativas dessas crianças”, relata a pesquisadora.
Avaliação dos participantes
Os pais de alguns dos alunos participantes da pesquisa descrevem a experiência, como a mãe de uma criança de 3 anos de idade que diz:: “a roda de orientação foi de grande valia. Aprendi o que eu fazia que não estava correto e prejudicava a comunicação do meu filho. Fui acolhida por todas que participaram e as trocas de experiência foram muito importantes e me ajudaram em várias situações. Hoje sei o que é ecolalia, quando é prejudicial e quando é comunicativa. Aprendi a valorizar o silêncio sem me desesperar com ele. Eu só tenho a agradecer”.
“Gostei muito da oportunidade da roda de orientação. É um momento de aprendizado, troca de informações, de partilha que me possibilitou estabelecer mais conexões com meu filho. Gratidão!”, destaca a mãe de uma criança de 9 anos)
A mãe de um garoto de 8 anos, de Campinas/SP, relatou: “adorei participar da roda de orientação! Além de acolhedor e gratificante, fez com que eu observasse detalhes da comunicação não verbal com o meu filho que se expressa muito com o olhar e com o corpo. Todo o material e orientação do curso são dignos de uma cartilha de apoio para pais e cuidadores. Gratidão!”
Outra mãe, que tem uma criança de 3 anos diagnosticada com autismo, salientou que “a roda de orientação é um momento de troca de experiências, acolhimento do que vivemos no dia a dia e orientação técnica e prática. Ela nos ajudou a complementar as terapias da nossa filha, como um treinamento de pais. Agradecemos imensamente pela oportunidade de participarmos do projeto e temos divulgado esse trabalho para os que também passam por questões similares”.
A UFMG e o autismo
A UFMG tem tradição no desenvolvimento de ações de extensão e pesquisa no campo do Transtorno do Espectro Autista por meio do Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (Praia) e do Laboratório de Estudo e Extensão em Autismo e Desenvolvimento da UFMG (Lead).