Fonoaudiologia UFMG busca voluntários para terapia indireta do Transtorno do Espectro Autista

Familiares de crianças de dois a nove anos, com suspeita ou diagnóstico, podem se inscrever para colaborar com o estudo

Com objetivo de avaliar os efeitos da terapia indireta na comunicação de crianças com suspeita ou diagnóstico de autismo, a estudante de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG Leonara Emanuelle Honório Silva, sob orientação da professora Denise Brandão de Oliveira e Britto, está recrutando voluntários para sua pesquisa de conclusão de curso.

Familiares e cuidadores de crianças de dois a nove anos de idade podem se inscrever pelo e-mail leonaraemanuelle@gmail.com ou pelos perfis da pesquisadora nas redes sociais (Whatsapp: 37-988077056 e Instagram:  @honorioleonara).

Na primeira fase da pesquisa, os voluntários deverão responder a alguns questionários sobre a comunicação, história clínica da criança e sobrecarga do cuidador. No segundo momento, os participantes receberão orientações da pesquisadora e da professora sobre como promover um ambiente linguístico favorável para o desenvolvimento infantil.

"O comportamento das famílias será avaliado antes e depois de repassadas as orientações, que ocorrerão durante encontros mensais, num período de pelo menos cinco meses, para melhor adequação de estratégias que promovam mudança do comportamento e proposição de maneiras mais interessantes e assertivas para ajudar a criança", explica Leonara.

“Sabemos que as crianças mais novas têm mais facilidade de aprendizagem. Então, quanto mais rápido começamos a estimular a criança de maneira adequada, melhor e mais rápido será seu desenvolvimento e progresso na comunicação. Por isso é necessário que os pais e cuidadores saibam como fazer isso”, orienta a pesquisadora.   

Diagnóstico e estímulo adequados

“O Espectro do Transtorno Autista, cujos sinais se manifestam logo na primeira infância, mas as causas ainda são pouco conhecidas, afeta o desenvolvimento da pessoa em diferentes graus, e é caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social e por padrões restritos e repetitivos de interesses e comportamentos”, explica a professora do curso de Fonoaudiologia Denise Britto.

Nos Estados Unidos, publicação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (DCD) revela que uma em cada 44 crianças de oito anos (2,3%) foi diagnosticada com TEA em 2018, em um universo formado pelas 11 comunidades da rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento (ADDM).    

Algumas pesquisas indicam que a principal causa do TEA é a origem genética complexa, com alto índice de hereditariedade (50% a 90% do número de casos). Mas também pode estar associada a fatores ambientais, como uso de algumas drogas durante a gestação, que, em interação com os fatores genéticos, podem suscitar o transtorno.

O diagnóstico médico é realizado por neurologistas e psiquiatras, ou por uma equipe multidisciplinar, que inclui fonoaudiólogos e psicólogos. Entretanto, é possível, logo cedo, observar alguns sinais do autismo. “A criança com TEA geralmente não busca pelo olhar do adulto, não faz gestos indicativos antes de se manifestar por linguagem, não pega objetos, é mais silenciosa, apresenta expressões faciais diferenciadas. São muitos sinais que podem ser observados antes dos dois anos, quando a maioria está sendo diagnosticada”, alerta a professora.

“A Fonoaudiologia trabalha com a comunicação humana. Apenas o diagnóstico precoce, embora muito importante, e a orientação dos profissionais, não são suficientes para a melhoria do paciente. O ambiente familiar em que a criança vive é muito importante, com estimulação adequada no seu dia a dia”, acrescenta a fonoaudióloga.

Essa premissa destacada pela professora Denise Brito vale também para a fase adulta, quando as pessoas diagnosticadas com TEA passam a relacionar fatos e situações vividas na infância, que explicam muitas facetas de seu comportamento. Isso melhora o autoconhecimento e amplia a capacidade de interação social da pessoa com o transtorno.

A UFMG e o autismo

A UFMG tem tradição no desenvolvimento de ações de extensão e pesquisa no campo do Transtorno do Espectro Autista por meio do Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (Praia) e do Laboratório de Estudo e Extensão em Autismo e Desenvolvimento da UFMG (Lead).

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG