Grupo da UFMG recebe R$ 2,9 milhões para estudar o vírus da monkeypox

Entre outras frentes, os recursos oriundos do MCTI serão aplicados na caracterização biológica do patógeno que circula no Brasil

O projeto Aspectos científicos do surto de monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil, coordenado por Flávio da Fonseca, pesquisador do CTVacinas e professor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, acaba de ser contemplado com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Ao todo, serão investidos R$ 2,964 milhões durante 24 meses, quantia que será usada no custeio de bolsas de estudo e aquisição de insumos de pesquisa. 

Entre as frentes de trabalho do grupo, estão a caracterização biológica do vírus causador da monkeypox que circula no Brasil e os estudos sorológicos em áreas de circulação de outros orthopoxvirus, família da qual o vírus faz parte. Os pesquisadores também farão um trabalho de monitoramento da inserção do vírus em animais silvestres e domésticos – principalmente animais de tutores positivos. Essa linha de pesquisa visa ao entendimento das características ecoepidemiológicas do vírus em diferentes espécies animais e as inter-relações entre a biologia e a ecologia dos hospedeiros, além de apontar a prevalência e diversidade do vírus. 

Além de Flávio da Fonseca, o projeto Aspectos científicos do surto de monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil conta com a participação dos professores Erna Kroon, Giliane Trindade, Jônatas Abrahão e Mauro Teixeira, também do ICB.

Imunizante

O CTVacinas já iniciou os trabalhos de pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina contra a monkeypox. O desenvolvimento do imunizante no país será viabilizado com base em dois frascos do vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA) enviados pelos Estados Unidos. A remessa, que chegou ao CTVacinas no início deste mês, foi doada pela National Institutes of Health (NIH), agência de pesquisa médica norte-americana, por meio de acordo de transferência de material clínico firmado com a Rede Vírus MCTI.

Câmara POX-MCTI

Os pesquisadores da UFMG que lideram o projeto Aspectos científicos do surto de Monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil integram a Câmara POX-MCTI, grupo de trabalho de caráter consultivo formado em maio deste ano para auxiliar o Ministério no enfrentamento do vírus. Entre as ações já efetuadas pelo grupo destacam-se o sequenciamento genômico e o depósito em banco internacional da primeira sequência nucleotídica completa de um vírus da varíola símia obtida de um paciente no Brasil.

Em parceria com a Rede Vírus do MCTI, os integrantes da Câmara POX-MCTI já efetuaram o isolamento e o cultivo em células do vírus. O vírus inativado também foi disponibilizado para uso em controle diagnóstico positivo da doença. Mais recentemente, os virologistas do grupo geraram a primeira imagem de microscopia eletrônica de monkeypox vírus no Brasil. As imagens foram obtidas no Centro de Microscopia da UFMG.

Texto com informações de Dayse Lacerda

Fonte

Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG