O grupo Sarandeiros, companhia de danças folclóricas brasileiras da UFMG, vai participar, de 20 a 30 de abril, da quinta edição do Festival Internacional Colores del Mundo, no México. Neste ano, o festival vai reunir, além do grupo brasileiro, dez companhias de danças tradicionais de países como Argentina, Colômbia, Equador, México, Costa Rica, Peru e República Checa. A agenda de espetáculos, audições e outras informações sobre o Sarandeiros podem ser encontradas no site da companhia.

O Sarandeiros vai percorrer oito cidades do estado de Jalisco, começando pela capital, Guadalajara. Serão 10 apresentações do espetáculo Dança, Brasil! concebido com elementos de manifestações culturais de várias regiões do país, como carimbó, boi bumbá e moçambique. Participarão da turnê 22 dançarinos e cinco músicos.

Esta é a 16ª participação do Sarandeiros em festivais internacionais. Para Gustavo Cortês, diretor geral da companhia, “cada festival tem suas características próprias, mas eles sempre são uma oportunidade de valorizar cultura brasileira”. Cortês explica que as plateias internacionais muitas vezes associam a cultura brasileira apenas ao samba. “Não pretendemos negar essa tradição, mas nos interessa mostrar um Brasil desconhecido”, afirma.

"Tradução da tradição"

Fundado em 1980, o Sarandeiros busca em suas apresentações, segundo Gustavo Cortês, a “tradução da tradição”, ou seja, o trabalho do grupo não visa apenas ao resgate das manifestações populares, mas realiza processos de criação, a partir de elementos tradicionais da cultura brasileira.

Formado por mais de 50 dançarinos, o grupo ensaia na UFMG quatro vezes por semana, em um total de 20 horas de trabalho semanais. Com mais de 800 apresentações em seu currículo, o Sarandeiros já representou o Brasil em mais de 11 países da América e Europa. Em 2014, foi escolhido o melhor grupo do Festival Mundial de Culturas no Canadá, premiação inédita para o Brasil.

Além do Dança Brasil!, o grupo Sarandeiros apresenta com mais frequência os espetáculos Gerais de Minas, inspirado na obra de Guimarães Rosa, e Quebranto, que aborda o universo dos deuses africanos.