ICA-UFMG participa de atividades de projeto do Ministério de Desenvolvimento Agrário e da Fundação Oswaldo Cruz em Montes Claros

Oficinas, que fazem parte do ArticulaFito, serão realizadas até esta quinta-feira

Saberes tradicionais e conhecimento acadêmico se uniram em um encontro promovido pelo projeto ArticulaFito, uma iniciativa conjunta do Ministério de Desenvolvimento Agrário e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As atividades, que começaram na manhã desta quarta-feira, 28 de junho, na Unimontes, tiveram continuidade no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, durante a tarde e vão seguir no campus até a manhã de quinta-feira, dia 29. 

“O objetivo do ArticulaFito é qualificar a produção dos agricultores familiares. Nós já mapeamos mais 33 espécies de plantas medicinais em todo o país. Algumas delas, aqui em Montes Claros. Neste primeiro momento, foi formada a Rede Jatobá, composta por representantes do Norte de Minas que vão atuar nessa atividade. Ainda é algo muito inicial e, com o tempo, vamos estabelecer como irá funcionar”, explica Daniella Vasconcelos, consultora técnica de Plantas Medicinais e Produtos da Sociobiodiversidade do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

No ICA, o professor Ernane Martins conduziu as atividades junto ao grupo explicando sobre o cultivo e manejo de plantas medicinais. A aula foi realizada no Horto Medicinal. “A Universidade é pública, gratuita. Uma das missões dela é permitir que as pessoas tenham acesso ao conhecimento e trazê-las para cá é um orgulho imenso. Estamos aqui para atender à sociedade”, afirma Martins. Nesta quinta-feira pela manhã, os participantes irão aprender, ainda no campus da UFMG em Montes Claros, sobre colheita, beneficiamento, secagem, embalagem, avaliação de qualidade e óleos essenciais. À tarde, as atividades serão na FarmaVerde do município. 

Representantes de oito municípios do Norte de Minas participam do evento. O articulador local do ArticulaFito e professor da Unimontes, Gy Reis, foi o responsável por reunir os grupos. “O nosso ideal é criar uma rede que possa articular essas atividades em toda a região. Não somente ensinar a respeito das plantas, mas também da sustentabilidade, da proteção do bioma do Cerrado. E, ao mesmo tempo, temos como objetivo, dentro da economia solidária, gerar renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social”, afirma o docente.

Troca de saberes
Os participantes acompanharam toda a atividade desta quarta-feira atentos e aproveitaram para tirar dúvidas a respeito das plantas. Integrante de um movimento internacional de mulheres, Sérgina de Fátima atua na Vila Oliveira, em Montes Claros, em um espaço de atividades em que se empregam ervas medicinais. Ela anotou cada detalhe e explicou o motivo. “Para mim está sendo de suma importância ter acesso a essas informações porque a gente sabe lidar com as plantas pelo conhecimento que é repassado de casa, no dia a dia. Aqui, a gente aprende que pode mudar algumas coisas e como melhorar”.

Bastante atuante no município de Porteirinha, a 177 quilômetros de Montes Claros, a irmã Mônica acompanhou as atividades. A religiosa atua na Segurança Alimentar e Saúde Complementar do município. Para ela, este momento de troca é de extrema importância. “No campo e com o saber tradicional tem muito tesouro guardado. A Universidade tem o mecanismo de aprovar ou aprimorar esses conhecimentos tradicionais. Este abraço cultural, em que a Universidade abre o seu espaço e acolhe o saber tradicional, é uma comunhão de riqueza existencial. E isso vem a incorporar uma riqueza cultural tanto para a educação formal quanto para os praticantes da doutrina tradicional”, analisa.

O professor Ernane Martins concorda com a religiosa e reforça a relevância desta iniciativa. “O que a gente quer é fazer com que as pessoas tenham mais competência no que elas já fazem. Nós ensinamos e também aprendemos com essas pessoas, que já trabalham com essas plantas. A partir desse contato, geramos novas possibilidades de ações de extensão e também de pesquisa”.

(Texto de Ana Cláudia Mendes I Cedecom UFMG Montes Claros)

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG

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