Marielle Franco: tese da UFMG mostra repercussão do assassinato em fanpages da direita e da esquerda

Mulheres que tecem comentários também são vítimas de intolerância, revela autora da pesquisa em entrevista para a Rádio UFMG Educativa

Neste 14 de março de 2023, o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, completa cinco anos. As repercussões do fato na internet foram objeto de análise na tese defendida em junho de 2022 pela pesquisadora Natália Giarola, doutora em Estudos Linguísticos pela UFMG. 

Com base em uma abordagem semiótica, a autora analisou a interação e a intolerância em comentários nas publicações de duas fanpages no Facebook: Direita Vive 3.0 (retirada do ar em 2019) e Jovens de Esquerda. Com base em uma pesquisa no Google Trends, a análise foi realizada em três períodos: de 14 a 31 de março de 2018, imediatamente após o crime; um ano depois, de 14 a 31 de março de 2019; e de 20 de outubro a 30 de novembro de 2019, após a repercussão do suposto envolvimento do então presidente da República, Jair Bolsonaro, no caso. 

Identidade e alteridade

A investigação sobre a construção de sentido dos discursos intolerantes foi realizada a partir de dois conceitos: identidade e alteridade, ou seja, da relação entre o “eu” e o “outro” dos internautas nas postagens. A pesquisadora observou que a intolerância no ambiente das páginas tinha uma característica própria do ambiente virtual. Um aspecto que chama a atenção é a intolerância direcionada à própria figura de Marielle, assim como a outras mulheres que teceram comentários nas postagens. Outro aspecto destacado na pesquisa é a proliferação de fake news

Saiba mais no novo episódio do Aqui tem ciência, programa da Rádio UFMG Educativa. Ouça aqui.

Raio-x da pesquisa

Título: Interação e intolerância em torno do assassinato de Marielle Franco nas fanpages Direita Vive 3.0 e Jovens de Esquerda: uma abordagem semiótica

O que é: tese de doutorado que apresenta análise semiótica sobre a interação e a intolerância relacionados ao assassinado da vereadora Marielle Franco em comentários nas publicações de duas fanpages no Facebook, uma alinhada politicamente com a direita e a outra com a esquerda

Autora: Natália Silva Giarola de Resende

Orientadora: professora Ana Cristina Fricke Matte (Fale)

Coorientador: professor Conrado Moreira Mendes (PUC-Minas)

Programa de Pós-graduação: Estudos Linguísticos (PosLin)

Ano de defesa: 2022

Série especial

O episódio 142 do Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá e integrasérie especial do podcast que apresenta pesquisas realizadas por mulheres sobre temáticas de gênero. 

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade. O Aqui tem ciência vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h, e fica disponível também em aplicativos de podcast, como o Spotify.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG