Matemáticas da UFMG apresentam pesquisas sobre sistemas dinâmicos
Programação inclui discussões sobre questões de gênero nesse campo de investigação
Minoria entre os cerca de 500 pesquisadores brasileiros da área de sistemas dinâmicos, as mulheres serão as palestrantes exclusivas em discussões da UFMG que abordarão esse campo da Matemática. O evento DinâmicAs, aberto ao público, será realizado de 7 a 9 de novembro, no Instituto de Ciências Exatas da UFMG (ICEx), campus Pampulha, e recebe inscrições gratuitas até o limite da capacidade das salas.
A programação inclui 16 palestras, duas seções de pôsteres, apresentação de trabalhos de alunas de pós-graduação e uma mesa-redonda. Além do caráter acadêmico, haverá discussão de questões de gênero na pesquisa em Matemática e, em particular, em sistemas dinâmicos, para levantar propostas relativas aos problemas apontados. Mais informações sobre a programação podem ser obtidas na página do evento.
De acordo com as organizadoras do evento, sistemas dinâmicos é uma das principais e mais frutíferas áreas de pesquisa em Matemática no Brasil, com uma comunidade de pesquisadores bem estabelecida e reconhecida internacionalmente, como atesta, por exemplo, a concessão da Medalha Fields ao brasileiro Artur Ávila.
Espalhadas e isoladas
No âmbito dos cerca de 120 grupos de pesquisa em sistemas dinâmicos cadastrados no CNPq, há apenas 45 mulheres, que atuam “espalhadas e muitas vezes isoladas, em 20 universidades de quatro das cinco regiões do Brasil”, informa a professora Sônia Pinto de Carvalho, do Departamento de Matemática da UFMG. “Nos eventos de sistemas dinâmicos realizados no Brasil, encontramos, quando muito, 10% de mulheres entre os palestrantes e estas trabalham, em sua maioria, no exterior”, acrescenta.
Além de dar visibilidade à pesquisa desenvolvida na área por mulheres, o formato de evento em que as palestrantes são todas do sexo feminino, também, contribuirá́ para estabelecer ou fortalecer redes de interação entre elas. “Certamente, criará uma possibilidade de contato entre matemáticas em preparação e lideranças femininas”, afirma Sônia de Carvalho.