Nova Unidade Embrapii na UFMG vai desenvolver fármacos, novas terapias e vacinas

Projeto une quatro Centros de Tecnologia e Inovação da Universidade

A UFMG teve aprovada, na última semana, pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, a proposta de implantação da Unidade Embrapii-UFMG Inovação em Fármacos e Vacinas. A estrutura, que une quatro Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação (CTs) da Universidade, vai apoiar empresas na área da saúde para o desenvolvimento de novas terapias, sistemas de liberação de fármacos e vacinas destinados a prevenção e tratamento de doenças antigas e novas, por meio da transferência do conhecimento da bancada dos laboratórios para o mercado.

A nova Unidade Embrapii é a terceira sediada na UFMG – as outras são vinculadas ao Departamento de Ciência da Computação (DCC), na área de softwares para sistemas ciberfísicos, e à Escola de Engenharia e ao Instituto de Ciências Exatas (ICEx), para soluções no setor automobilístico. A Embrapii fomenta a inovação nas empresas por meio do apoio à pesquisa e à transferência de tecnologias em altos graus de maturidade.

Os estudos terão foco em novas moléculas e seus mecanismos de ação; veiculação de fármacos, ácidos nucleicos e vacinas; ensaios pré-clínicos e clínicos iniciais em condições de boas práticas de laboratório e pesquisa clínica. Os centros que participam da nova estrutura são o CT Vacinas, o CT Medicina Molecular, o CT Terapias Inovadoras e o CT Nanobiomateriais.

Conhecimento acumulado

A aprovação do projeto da UFMG seguiu um processo iniciado em agosto deste ano, com manifestação em resposta à chamada pública 04/2021 da Embrapii. Uma vez aceita a candidatura, o grupo submeteu seu plano de trabalho, recebeu avaliadores em visitas remotas e fechou a proposta, respondendo a novos questionamentos da Embrapii.

O professor Rubén Dario Sinisterra, do Departamento de Química do ICEx, é o coordenador da Unidade Embrapii-UFMG Inovação de Fármacos e Vacinas, que reúne 55 pesquisadores – do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), ICEx, da Escola de Engenharia, das faculdades de Medicina, Odontologia e Farmácia – com produção científica de alto impacto nos últimos cinco anos. Os grupos envolvidos somam 366 patentes depositadas. Os seis principais pesquisadores da nova unidade são os professores Luiz Carlos Oliveira, do Departamento de Química, Marco Aurélio Romano-Silva, da Faculdade de Medicina, Ricardo Gazzinelli, Santuza Teixeira, Mauro Teixeira e Frédéric Frézard, do ICB.

“Trata-se de uma estrutura sem par no Brasil, com grande impacto, que é relacionado ao momento atual, em que a saúde ganhou centralidade no Brasil e no mundo, e ao fato de que a iniciativa se vale do importante acúmulo de conhecimento construído pela UFMG nessa área. É resultado de conjunção de competências formadas em muitos anos”, ressalta Sinisterra.

O pró-reitor de Pesquisa da UFMG, Mario Montenegro Campos, destaca o fato de a Universidade passar a abrigar mais uma Unidade Embrapii e, especialmente, a integração de quatro infraestruturas de pesquisa avançada, que propiciou a elaboração de uma “proposta excepcional”.  Para o pró-reitor, a concretização desse projeto “abre ainda mais possibilidades de interação da UFMG com as empresas e acelera o processo de transferência de conhecimento que visa ao avanço tecnológico e ao bem da sociedade”.

Plataformas

A unidade Inovação de Fármacos e Vacinas terá à disposição um conjunto de plataformas com espaços cuidadosamente planejados, recursos de última geração e infraestrutura necessária para realizar atividades como estudos em modelos experimentais in vitro, sequenciamento genômico para seleção de alvos vacinais, síntese e purificação de lipídeos para sistemas nanoencapsulados e de liberação controlada, estudos pré-clínicos e clínicos iniciais, desenvolvimento de radiofármacos para diagnóstico e terapêutica. A unidade contará também com estrutura dedicada à captação e gestão estratégica de projetos.

A Embrapii vai aportar R$ 5 milhões para o início das atividades. Bons resultados obtidos pela unidade na captação de projetos e na interação universidade-empresa vão ensejar novos aportes nos seis anos seguintes.

Texto de Itamar Rigueira Jr.

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG