O avesso do cartão-postal: série da Rádio UFMG Educativa aborda o atual plano de despoluição da Lagoa da Pampulha

As quatro reportagens, veiculadas na última semana, podem ser ouvidas no Spotify e no Soundcloud

Milhares de imóveis ainda não foram ligados à rede pública de coleta de esgoto, apesar de existir rede disponível. Em algumas regiões, o cenário é ainda pior: sequer existe rede coletora. Na bacia hidrográfica que abastece a Lagoa da Pampulha, ambas as situações contribuem para poluir esse cartão-postal da capital mineira. Como não é captado da forma adequada, o esgoto costuma chegar à lagoa por dois caminhos: uma parte segue por tubulações destinadas a escoar água da chuva; a outra parte é lançada diretamente em cursos d’água que desembocam na lagoa, como os córregos Ressaca e Sarandi, que passam por Contagem e Belo Horizonte.

Um plano de despoluição da bacia hidrográfica está sendo executado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), com participação das prefeituras dos dois municípios pelos quais se estende a lagoa e fiscalização do Ministério Público Federal em Minas (MPF-MG). O objetivo é eliminar o descarte irregular de esgoto e, assim, recuperar a água do reservatório, que integra o conjunto arquitetônico e paisagístico da Pampulha, reconhecido em 2016 como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O projeto de despoluição é o tema da série Pampulha – o avesso do cartão-postal, produzida pela equipe da Rádio UFMG Educativa, e que pode ser ouvida no Spotify e no Soundcloud.

Problemas de urbanização
Na série Pampulha – o avesso do cartão-postal, foram ouvidos representantes da Copasa, das prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e do MPF-MG, pessoas que frequentam a orla da lagoa e especialistas de diversas áreas de atuação. A equipe da Rádio UFMG Educativa foi também a Contagem e visitou a região do Ressaca, onde há vilas e favelas classificadas no plano de despoluição elaborado pela Copasa como áreas de interesse social.

Nessas áreas, que historicamente são desassistidas pelo poder público, problemas de urbanização impõem alguns dos maiores desafios que precisam ser enfrentados pela tentativa de universalizar, na bacia hidrográfica da Pampulha, o sistema de esgotamento sanitário gerido pela Copasa. A situação desses locais é ressaltada ao longo de toda a série produzida pela UFMG Educativa.

A segunda reportagem apresenta a discussão sobre a proposta de reduzir o tempo para que o plano de despoluição seja concretizado. Inicialmente, o prazo definido foi de cinco anos, mas a Copasa e as duas prefeituras analisam a proposta de diminuí-lo para três anos. A mesma reportagem indica, ainda, que o plano em andamento abrange apenas uma parte das fontes de poluição que prejudicam a Lagoa da Pampulha.

A terceira reportagem, além de resgatar uma época em que a água da lagoa era limpa, expõe dificuldades vividas pelas pessoas que habitam a ocupação Guarani Kaiowá, na região do Ressaca, em Contagem. A situação dessa comunidade apresenta desafios semelhantes aos enfrentados em outras vilas e favelas incluídas no projeto de despoluição. Em alguns desses locais, poderá ser necessário abrir vias e até remover imóveis, para que sejam executadas obras destinadas a evitar que esgoto não tratado chegue à Pampulha.

A quarta e última reportagem destaca a importância da lagoa e o que ela poderá se tornar nos próximos anos. Também são reconstituídos alguns momentos do passado, desde quando a lagoa foi construída, na década de 1930, até a concessão do título de Patrimônio Mundial pela Unesco, em 2016.

A série Pampulha – o avesso do cartão-postal tem produção de Alessandra Ribeiro, Bella Corrêa e Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Clarice Oliveira e Cláudio Zazá.

(Com texto de Tiago de Holanda / Rádio UFMG Educativa )

Assessoria de Imprensa UFMG

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